Cazuza

Vida Louca Vida, 1988.

“Vida louca vida
Vida breve
Já que eu não posso te levar
Quero que você me leve
Vida louca vida
Vida imensa”

Cazuza deixou sua imensa e breve vida aos 32 anos, mas seu legado musical permanece. Imagem: site Pausa Dramática


Vida imensa, louca e breve… Como ele não pôde levá-la, ela o levou com apenas 32 anos, vítima de AIDS. Ele, Agenor de Miranda Araújo Neto, conhecido como Cazuza – poeta, cantor, compositor carioquíssimo. Seu pai, João Araújo, foi fundador e presidente, por quase quatro décadas, da importante gravadora Som Livre. Sua casa era frequentada pelos maiores nomes da música brasileira, respirava-se música por todos os cantos. Nascido e criado no seio da burguesia, Cazuza se referia à sua classe com palavras cortantes:

A burguesia fede
A burguesia quer ficar rica
Enquanto houver burguesia
Não vai haver poesia”


Era um rebelde com causa, boêmio, frequentador do Baixo Leblon, desafiava os padrões, ousava, inventava amores e dores. Não cursou mais do que um mês da faculdade de comunicação. Encontrou seu caminho no curso de teatro que fez com Perfeito Fortuna e a trupe “Asdrúbal Trouxe o Trombone”, no Circo Voador (ainda no Arpoador), onde soltou a voz em público pela primeira vez e não parou mais.

Cazuza com Perfeito Fortuna. Imagem: Facebook – Codinome Cazuzeiros

Em 1982, Leo Jaime o indicou para participar dos ensaios da futura banda de sucesso Barão Vermelho com Roberto Frejat, Maurício Barros, Dé e Guto. No verão de 1985, após a apresentação histórica da banda no Rock in Rio, Cazuza resolveu se desligar e seguir carreira solo.  Gravou seu primeiro álbum solo Exagerado, que fez grande sucesso. Nesse mesmo ano, descobriu ser portador do vírus HIV.

Quebrando diversos tabus, Cazuza foi a primeira personalidade nacional a admitir publicamente a Aids e se tornou um símbolo da luta contra a doença.

A turnê dirigida por Ney Matogrosso resultou no álbum O Tempo Não Para gravado ao vivo no Canecão. Foi seu maior sucesso, que superou a marca de 500 mil cópias vendidas.

Em 1990, Cazuza viu “a cara da morte, ela estava viva”. Faleceu em julho e deixou seu nome profundamente marcado na geração de jovens dos anos 1980 e 1990.

Depois de sua morte, sua mãe Lucinha Araújo criou a Sociedade Viva Cazuza, que atende a crianças e adolescentes portadoras do HIV. Em 2016, ganhou uma homenagem no bairro do Leblon, onde morou grande parte da sua vida, com uma estátua e praça com seu nome.

Cazuza e sua mãe, Lucinha, na década de 1980. Foto: Sociedade Viva Cazuza

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