CASA DA TIA DOCA 

Playlist no Spotfy com três músicas e um áudio sobre esse ponto

Terreiro de Bambas

A Casa de Tia Doca é um dos marcos históricos da cultura do samba e da tradição do subúrbio carioca. Foi no quintal da casa de Jilçária Cruz da Costa, nome de batismo da famosa Tia Doca, que surgiu um pagode que se tornou um dos maiores centros de efervescência cultural a partir de meados dos anos 1970. Nomes como Zeca Pagodinho, então uma jovem promessa do samba, conviviam com baluartes da Portela. O espaço também servia de abrigo para ensaios da Velha Guarda. Clara Nunes, Jovelina Pérola Negra, Paulinho da Viola e Dona Ivone Lara eram presenças frequentes nesse legítimo pagode de terreiro. Dudu Nobre, ainda criança, já mostrava seu talento ao cavaquinho nessa roda.

Tia Doca nasceu em 1933 e trabalhou como tecelã e empregada doméstica para criar seus três filhos. Ela passou a integrar a Portela em 1953, quando se casou com o compositor Altair Costa. Após a separação, encontrou no samba realizado em seu quintal uma forma de sustentar a família, transformando sua casa em um dos espaços culturais mais importantes da cidade.

Em 1970, tornou-se parte da Velha Guarda da Portela, contribuindo como pastora no coro e consolidando-se como uma das principais vozes femininas do samba. Um de seus sambas, Orgulho Negro, foi gravado por Jovelina Pérola Negra, reforçando sua relevância no cenário musical.

Nos anos 1980, o famoso pagode mudou de endereço, mas continuou na região. O sucesso da roda era tão grande que, em 2002, foi lançado um CD com clássicos que marcaram os encontros promovidos por Tia Doca.

Jornal do Brasil, 29 de setembro de 2000.

Em 2008, Tia Doca foi uma das personagens do documentário O Mistério do Samba, produzido pela cantora Marisa Monte, que possui uma forte ligação com a Portela. O filme foi dirigido por Lula Buarque de Hollanda e Carolina Jabor, destacando a contribuição de Tia Doca e da Velha Guarda para o samba.

Tia Doca faleceu em 2009, aos 77 anos, deixando um legado inesquecível. Sua morte comoveu os moradores de Oswaldo Cruz e todos os amantes do samba. Manter viva a memória da Casa de Tia Doca e do terreirão que ela fundou é perpetuar sua influência e sua contribuição para a cultura.

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