PORTELA
A Águia Altaneira
Paulo da Portela, Antônio Rufino e Antônio Caetano foram os visionários que fundaram o que hoje conhecemos como o Grêmio Recreativo Escola de Samba Portela. O embrião dessa grandiosa ideia nasceu nos quintais, blocos e terreiros de Oswaldo Cruz, onde foram moldadas as bases da escola de samba mais vezes campeã do carnaval carioca.
Após ocupar outras sedes e inaugurar a primeira quadra coberta entre as escolas– a Portelinha –, a agremiação hoje tem sua casa no imponente Portelão, na Rua Clara Nunes, uma homenagem à grande sambista e madrinha da Velha Guarda.
Inaugurada em 1972, a quadra combina elementos arquitetônicos que remetem aos casarões antigos, reunindo espaços cobertos e ao ar livre. O local abriga um rico acervo de troféus, fotografias de desfiles memoráveis e estátuas que celebram os fundadores e nomes históricos da escola, como Monarco. No interior, há também uma capela com imagens de Nossa Senhora Aparecida e São Sebastião, padroeiros da Portela, refletindo o sincretismo religioso com os orixás Oxum e Oxóssi, para os quais a escola foi consagrada em sua fundação. O Portelão é palco de ensaios, reuniões e diversas atividades ao longo de todo o ano, reafirmando seu papel como um espaço vivo da cultura carioca.
Outro símbolo inconfundível da Portela é a Águia. Natal da Portela, um dos mais emblemáticos presidentes da escola, motivava os sambistas de Madureira a “pisar na passarela como águias”, exibindo destreza e elegância. Ao longo dos anos, a águia se tornou a principal atração dos desfiles da escola, carregando consigo emoção e expectativa a cada apresentação. A Portela, mais do que uma escola de samba, é a personificação de um legado cultural que reflete a alma do povo suburbano, carioca e brasileiro.
Como diz o inesquecível Hino da Portela, composto por Chico Santana:
“Portela, suas cores têm na bandeira do Brasil e no céu também.
Avante portelense para a vitória, não vê que o teu passado é cheio de glória.
Portela querida, és tudo na vida pra mim.”