Batalha de Uruçumirim

Em meados do século XVI, a baía de Guanabara era território disputado por indígenas temiminós e tupinambás. Ali chegava, em 1555, uma expedição francesa com o intuito colonizador. O empreendimento normando previa a instauração da França Antártica. Em face das tentativas de ocupação orquestradas pelos portugueses, a expedição liderada por Nicolas Durand de Villegagnon, se baseava em relações mais harmônicas com os indígenas. 

Frente à colonização francesa, alguns pontos estratégicos da baía eram subsequentemente conquistados e ocupados pelos portugueses ao longo daqueles anos. Em 1566, uma decisão da Coroa portuguesa culminaria nas ações que determinaram a conquista definitiva das terras do Rio de Janeiro. Nesse ano, Mem de Sá, governador geral da América portuguesa, saía de Salvador e se unia a seu sobrinho Estácio de Sá, que há dois já disputava o domínio das terras do rio Karioka. Em 20 de janeiro de 1567, no dia de São Sebastião, ocorreu o combate ao aldeamento de Uruçumirim, uma consolidada taba onde hoje se encontra o morro da Glória, ocupada por centenas de tupinambás e alguns aliados franceses, sobreviventes da batalha de 1560. Mem de Sá relatou, em documento publicado posteriormente, que, mesmo com a morte massiva de indígenas e franceses, entre os “cristãos” foram também contados muitos óbitos.  

Batalha das Canoas – Uruçu-Mirim – praia do Flamengo – 20/1/1567 – Estácio de Sá expulsa da baía Guanabara os calvinistas franceses – São Sebastião aparece lutando ao seu lado. Vitral do Santuário Basílica de São Sebastião Frades Capuchinhos, Tijuca. César Formenti, 1931.

Depois da batalha de Uruçumirim, muitos guerreiros indígenas foram presos, e outros tantos fugiram para a região de Cabo Frio. O evento acabou se tornando uma referência da ocupação portuguesa no Rio de Janeiro, sobretudo pela memória de Estácio de Sá, morto semanas após o evento, por ter sido atingido por uma flecha envenenada na batalha. 

A morte de Estácio de Sá. Óleo sobre tela. Antônio Parreiras, 1911. Acervo Palácio da Guanabara. Wikimedia Commons.

Este texto foi elaborado pela pesquisadora Helena Gomes do Projeto República (UFMG).

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