Combate de Jabebiracica

No final de março de 1564, Estácio de Sá batia em retirada da baía de Guanabara em direção à capitania de São Vicente. A recuada das tropas por ele comandadas parecia incontornável. Após chegar às terras dos tupinambás meses antes, vindo de Salvador, e de se instalar na ilha Serigipe, conquistada por Mem de Sá em 1560, o comandante se viu atacado sucessivas vezes pelos nativos que protegiam suas enseadas e praias ostensivamente.    

Depois da espera de nove meses em São Vicente e de reforçar suas tropas, Estácio de Sá voltou ao Rio de Janeiro no dia 22 de janeiro de 1565, para finalmente cumprir as ordens dadas pela rainha regente de Portugal, Dona Catarina, e ali fundar uma povoação. 

Partida de Estácio de Sá. Benedito Calixto, 1911. Acervo Palácio São Joaquim/RJ. Wikimedia Commons. Padre Manuel da Nóbrega abençoa padre Anchieta, que acompanhará a tropa portuguesa que sai de São Vicente rumo à baía de Guanabara.

No dia 1º de março, desembarcavam os portugueses por uma estreita várzea que dava fácil acesso à barra da baía de Guanabara. Instalaram-se em uma praia entre o Pão de Açúcar e o rochedo Cara de Cão, cujo acesso por terra era difícil. Os portugueses, acompanhados de tupiniquins e maracajás, trataram logo de reforçar a segurança do local, improvisando uma cerca de paus e pedras. 

Sem demora, os tupinambás perceberam a movimentação dos forasteiros na barra. A primeira investida indígena culminou apenas no sequestro de um dos portugueses. Mas serviu, no entanto, para que eles fizessem o reconhecimento da base militar inimiga.

No dia 10 de março, à vista de uma nau estrangeira, as embarcações portuguesas foram atraídas para as margens próximas da aldeia de Jabebiracica. Os franceses, que lutavam ao lado dos indígenas, ali se instalaram como uma isca para os lusitanos. Vendo parte da tropa inimiga distante de seu forte, os tupinambás saíram de uma outra ponta da baía e começaram o ataque ao forte português, promovendo uma chuva de flechas, que saía de suas canoas e atingia a praia, protegida pela “tranqueira” de pedras e paus. 

Apesar da ofensiva surpresa, o terreno português foi protegido. Os indígenas e seus aliados, vendo que seu ataque resultava em mais mortos de seu lado, recuaram para dentro das matas. 

Funérailles des Tupinambas. Autores: Ferdinand Denis; M.C. Famin, 1846. Acervo Biblioteca Nacional.

A vitória no combate de Jabebiracica conferiu segurança aos portugueses. Depois da batalha, eles negociaram a vida dos franceses presos em troca de informações sobre o território indígena continental. Nos meses seguintes, diversos combates ocorreram na baía de Guanabara, até sua conquista final, em 1567. 

Este texto foi elaborado pela pesquisadora Helena Gomes do Projeto República (UFMG). 

Patrocínios

Logo da Lei de Incentivo à CulturaLogo NorsulLogo Btg PactualLogo Kasznar LeonardosLogo Adam CapitalLogo Rio PrefeituraLogo Secretaria de Cultura e Economia Criativa

Parceiros

Logo PUC RioLogo Projeto República UFMGLogo MobcomLogo Museu de Arte Moderna Rio de Janeiro

Realização

Logo Rio MemóriasLogo Baluarte CulturaLogo MINC Governo Federal
Pular para o conteúdo