Ataque tupinambá à frota de Estácio de Sá

Em 1563, Mem de Sá, o governador-geral do Brasil, confiou ao seu sobrinho Estácio de Sá, uma importante missão: convencer Dona Catarina da Áustria, rainha-regente de Portugal, da urgência em se povoar a região que viria a ser o Rio de Janeiro. Estácio deveria partir imediatamente rumo a Lisboa, ter com a soberana e lhe entregar correspondências, em que o próprio Mem de Sá e jesuítas, como Manuel da Nóbrega, expunham fortes argumentos a favor da proposta. O governador-geral conseguiu tomar o Forte Coligny, ponto de resistência francesa na baía de Guanabara, mas sem homens ou armas suficientes para consolidar sua conquista e iniciar a colonização portuguesa da região, achou por bem partir rumo à capitania de São Vicente. Sem defesas portuguesas, o Rio de Janeiro poderia voltar a ser invadido a qualquer instante. Nem bem chegou ao destino, por carta, alertou Dona Catarina sobre a necessidade de “povoar este Rio de Janeiro para segurança de todo Brasil.” Seu sobrinho partiu rumo a Portugal em seguida.

D. Catarina rainha-regente de Portugal. Quadro de António Mouro, entre 1552 e 1553. WikimediaCommons.

Estácio de Sá foi bem-sucedido. A rainha regente se convenceu da importância estratégica de uma cidade na região. Forneceu ao emissário dois galeões, carregados com homens e munição. Em 1º de maio de 1563, as embarcações atracaram no porto em Salvador. No ano seguinte, reforçada por mais soldados e embarcações, a frota partiu rumo ao Rio de Janeiro, de modo a cumprir as ordens de Dona Catarina. Em 06 de fevereiro de 1564, os nativos puderam ouvir os tiros de canhão disparados pela esquadra portuguesa que anunciavam sua chegada à barra da baía de Guanabara.

Os tupinambás reuniram canoas e homens de diferentes tabas ao redor e, com mais de 2 mil guerreiros, durante dois meses não deram folga aos invasores. Comandados por Estácio de Sá, os portugueses não tiveram outra opção, a não ser abandonar o lugar e buscar refúgio em São Vicente, para reunir mais armas e homens. Tentaram convencer os tupiniquins, seus aliados, a tomarem parte na segunda investida contra os tupinambás. Eles prometeram participar, mas na hora do embarque, lá não apareceram. Por nove meses, Estácio de Sá permaneceu na capitania de São Vicente, na expectativa de recrutar o maior número possível de combatentes. Por fim, em 22 de janeiro de 1565, partiu determinado a enfrentar nativos e franceses para concluir seu objetivo e fundar uma vila no Rio de Janeiro.

Cerimônia religiosa de índios tupinambás em gravura de Theodor de Bry. Wikimedia Commons

Este texto foi elaborado pela pesquisadora Marcela Telles Elian de Lima do Projeto República (UFMG).

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