Casa da Pedra

Em dezembro de 1530, iniciou-se a expedição de Martim Afonso de Sousa às terras brasileiras, que a mando do rei português, João III, tinha diversos objetivos. Dentre os principais, a vigilância do litoral, em especial, o combate aos traficantes franceses, a edificação de fortalezas nos portos e a exploração do rio Amazonas, visando ao descobrimento de metais preciosos. O mais importante: a tomada de posse, por Portugal, das terras do rio da Prata, localizadas entre o Uruguai e a Argentina atuais. Martim Afonso e sua tropa chegaram na costa brasileira pelo cabo de Santo Agostinho (PE) e passaram os meses seguintes a caminho do sul, visando a chegar ao rio. Passando por locais como a feitoria de Itamaracá (PE), pela foz do rio São Francisco (AL), a baía de Todos os Santos (BA), Cabo Frio (RJ), até a sua chegada em 30 de abril de 1531, ao Rio de Janeiro

Desenho contido no “Diário da Navegação Armada Que Foi à Terra do Brasil em 1530 sob a Capitania-Mor de Martim Affonso de Souza”, de Pero Lopes de Sousa. Domínio público.

A recepção por parte dos Tupinambás foi amistosa e pacífica. Segundo Pero Lopes (irmão de Martim Afonso e companheiro de expedição), os indígenas lhes diziam em tupi, “bem-vindos, homens brancos”. Aproveitando-se do clima de cordialidade encontrado ali, Martim Afonso decidiu construir uma casa forte, a Casa de Pedra, na atual praia do Flamengo. A localização escolhida foi próxima da taba Karióka, na foz do rio de mesmo nome, em razão da boa relação entre a aldeia e os portugueses. A construção da Casa de Pedra, desde o momento de sua criação, em 1531, até os primeiros anos da fundação do Rio de Janeiro, em 1567, teve um importante papel como ponto referencial da cidade para os portugueses.  

A estadia ali foi de cerca de três meses, e muito se explica o bom vínculo entre a população nativa e os portugueses pela presença de Pedro Annes, marinheiro que tinha conhecimento do tupi. Os indígenas ofereceram uma fartura de alimentos para a tropa e ajuda a alguns homens a adentrar aquela terra, funcionando como guias e lhes fornecendo proteção, uma vez que corriam grandes perigos com os animais e guerreiros inimigos ali presentes. Além disso, Martim Afonso ordenou a fabricação de dois barcos a serem utilizados na busca por metais preciosos, visando a auxiliar o grande objetivo da expedição, que foi retomado em abril daquele ano, quando os portugueses seguiram rumo ao sul. 

Este texto foi elaborado pela pesquisadora Júlia Kern Castro do Projeto República (UFMG). 

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