Batalha das Canoas

Ao longo de 1565, muitos foram os combates entre portugueses e tupinambás na baía de Guanabara. Com o intuito de manter sua campanha colonizadora, Estácio de Sá frequentemente requisitava o envio de soldados e víveres de outras capitanias. As sucessivas vitórias da missão contaram com o apoio do padre jesuíta Manuel da Nóbrega que, da capitania de São Vicente, despachava provimentos para a vila portuguesa, erguida em março junto ao morro Cara de Cão, na entrada da baía. 

Entre aquele ano e o seguinte, Estácio de Sá comandou vários assaltos a aldeias tupinambás próximas do litoral. Os conflitos sempre culminavam na matança dos idosos e guerreiros adultos das tabas. Jovens, crianças e mulheres indígenas eram logo enviados a outras capitanias como escravos.  

Os relatos desse período tratam, muitas vezes, de elevar os feitos dos portugueses. Os lusos e seus aliados, quase sempre lutando em menor número ou sendo tocaiados pelos indígenas, constantemente saíam vitoriosos dos combates. Algumas dessas narrativas, escritas pelo jesuíta Simão de Vasconcellos, detalham um ataque tupinambá ocorrido em meados de 1566. Contando com guerreiros da atual Região dos Lagos, a investida indígena começou com a perseguição da canoa de Francisco Velho, que deixara o acampamento português em busca de madeira para o reforço da capela de São Sebastião. 

Ao tentar defender o companheiro e contra-atacar, Estácio de Sá e alguns dos seus se depararam com uma frota tupinambá que os aguardava atrás de uma ponta da baía. Diante da chuva de flechas lançadas sobre eles, os portugueses tentaram acionar um pequeno canhão que levavam em uma de suas canoas. No entanto, a explosão acidental da pólvora causou um enorme incêndio. 

Uma espessa nuvem de fumaça turvou o céu. Impressionada com o clarão que o fogo causava, uma indígena começou a suplicar pela retirada dos nativos. Esses interpretaram o desespero da mulher como uma visão profética e recuaram subitamente. 

O abandono do combate pelos tupinambás foi atribuído também à aparição de uma figura divina, que interveio em favor dos portugueses. São Sebastião, patrono da missão lusa, teria sido visto por guerreiros de ambos os lados, em meio à bruma que pairava sobre as águas da baía de Guanabara. 

Aparição de São Sebastião. Carlos Oswaldo, 1915 Acervo Palácio de São Joaquim. Fonte: Reddit.

Este texto foi elaborado pela pesquisadora Helena Gomes do Projeto República (UFMG). 

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