Golpes militares na República Nova
Depois da Proclamação da República em 1889 e da tentativa de golpe do próprio presidente em 1891, o Brasil viveu ainda muitos outros golpes que mudaram os rumos do país.
Em 10 de novembro de 1937, sob o comando do então presidente Getúlio Vargas, tropas da polícia militar cercaram o Palácio Tiradentes (Câmara dos Deputados) e o Palácio Monroe (Sede do Senado Federal), o Congresso foi fechado, os partidos foram abolidos, adversários foram presos e uma nova Constituição foi promulgada. À noite, em um pronunciamento à nação, Vargas anunciava a instauração do Estado Novo, uma ditadura que durou até 1945 e que foi o resultado de uma série de acontecimentos que tiveram início em outro golpe, o de 1930, que pôs fim à Primeira República, com a deposição de Washington Luís pelos militares.
E os primeiros anos da República Nova, iniciada em 1930, não foram nada tranquilos: em 1932, São Paulo se rebelou contra o governo na Revolução Constitucionalista. em 1935, foi a vez dos comunistas, com os levantes nas bases das Forças Armadas que aconteceram no Rio e em outras cidades brasileiras e ficaram conhecidos como “Intentona Comunista“, resultando na decretação do estado de sítio até julho de 1937.
Em setembro de 1937, durante a campanha para as eleições presidenciais que ocorreriam no ano seguinte, o Plano Cohen veio a público: uma denúncia de um falso plano para um novo levante comunista causou pânico na população e desencadeou uma forte campanha anticomunista. Aproveitando-se da repercussão, no dia 2 de outubro, o Congresso aprovou a proposta do governo, e foi decretado estado de guerra por 90 dias. O documento se provou falso em 1945, mas em 1937, não houve questionamento sobre sua autenticidade. Um mês depois, teria início a ditadura do Estado Novo.