Revoltas de Povo e Tropa

A revolta que culminou com a renúncia ao trono do imperador D. Pedro I, em 7 de abril de 1831, foi o início de uma série de conflitos no Rio de Janeiro que durou até 1833 e ficou conhecida como Revoltas de Povo e Tropa. Contra o monarca, uniram-se a tropa – militares que reivindicavam aumento nos ganhos e fim dos castigos físicos no quartel – e o povo – que se levantava contra a alta dos preços de alimento e moradia na capital do império. Tudo isso somado à escalada do desgaste que o imperador vinha sofrendo há meses.

A imagem de D. Pedro vinha sendo arranhada desde o ano anterior, com boatos e jornais de oposição atiçando a opinião pública. Ele era chamado de tirano e acusado de favorecer política e economicamente seus compatriotas portugueses, em detrimento dos brasileiros. A tensão se elevou no dia 5 de abril, quando o imperador destituiu o “Ministério dos brasileiros”, substituindo os membros da pasta por titulares que não gozavam de apoio popular.

Primeira edição do jornal O Exaltado, que levava o nome de uma das correntes políticas da época — conhecidos como “liberais exaltados”. Rio de Janeiro, 04 de agosto de 1831. O Exaltado: Jornal Litterario, Politico, e Moral (RJ). Ano 1831\Edição 00001.

No dia 6, cerca de quatro mil pessoas de todas as camadas sociais – inclusive escravizados – tomaram o campo da Aclamação, atual campo de Santana. Palavras de ordem contra o imperador eram seguidas de vivas à Constituição. Militares das tropas e batalhões, que vinham acumulando insatisfações, abandonaram seus postos para se juntar aos manifestantes.

Planta do Rio de Janeiro, em 1831. Destaque para o campo da Aclamação, (retângulo liso em laranja claro, próximo à zona azulada do mapa). Autor: E. de La. Michellerie. Litogravura de Steinmann, 1831. Rio de Janeiro, 1831.Fundação Biblioteca Nacional

Encurralado, D. Pedro abdicou do trono em 7 de abril. Até que o sucessor à Coroa – Pedro de Alcântara, então com cinco anos – completasse a maioridade, o Brasil seria governado por uma regência. E a contenda sobre quem exerceria o poder na nova conjuntura política passou do discurso para a luta.

Carta de despedida de D. Pedro I, ex-imperador do Brasil, escrita a bordo da nau que o levou à Europa. 12 de abril de 1831. Imagem em domínio público, Wikimedia Commons.

A exemplo do evento que depôs D. Pedro, as revoltas de 1831 a 1833 foram protagonizadas por grupos políticos, massas populares e militares insatisfeitos. Em alguns casos, exigiam a deposição da regência, noutros, a convocação de uma constituinte. Houve ainda ocasiões em que se pedia o retorno do imperador ao trono.

Este texto foi elaborado pelo pesquisador Davi Aroeira Kacowicz do Projeto República (UFMG).        

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