Procissões cívicas abolicionistas

A ascensão do Partido Conservador ao poder, em agosto de 1885, levou as manifestações pelo fim da escravidão às ruas do Rio de Janeiro. O governo, sob a liderança do escravagista barão de Cotegipe, pressionava os donos de teatro a não cederem espaço para os eventos abolicionistas. Caso insistissem, policiais à paisana estariam de prontidão para impedir as conferências emancipadoras.

Do teatro às ruas, os abolicionistas mudaram de estratégia e começaram a promover procissões cívicas. O objetivo era produzir choque moral na população, por meio da exposição escancarada da violência inerente ao sistema escravista.

Diretoria da Confederação Abolicionista em 16 de maio de 1888. Da esquerda para direita: José do Patrocínio, Luis de Andrade, Inácio Von Doellinger, Praxedes Medella e Luiz Pereira. Sentados: André Rebouças, João Clapp e Jose de Seixas Magalhães.
Álbum de família de Diana Maul de Carvalho

Em fevereiro de 1886, a Confederação Abolicionista exibiu Eduarda, de 15 anos, e Joana, de 17, pelas ruas da Corte. As marcas da violência estavam expostas nos rostos deformados, no sangue seco e nas feridas em carne viva. Eduarda acabou cega; Joana não resistiu. Seu corpo foi carregado por abolicionistas, e o funeral rendeu mais um evento público denunciando tortura e assassinato.

Repercussão da procissão cívica abolicionista.  Revista Illustrada, Rio de Janeiro de 1886. N. 00427. Hemeroteca da Biblioteca Nacional

O caso se transformou em drama nacional, mas a repressão não retrocedeu. Em agosto de 1887, o governo proibiu aglomerações nas ruas e edifícios públicos. Abolicionistas foram demitidos de seus empregos e partiram para o enfrentamento. Em 6 de agosto, organizaram uma conferência no Teatro Polytheama. Dois dias depois, um encontro em frente ao quartel do Campo da Aclamação. Ambos foram seguidos por enfrentamentos com a polícia. José do Patrocínio falou por muitos de seus companheiros, ao afirmar que “os abolicionistas sinceros estão todos preparados para morrer”.

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