Convento da Ajuda

O Convento da Ajuda foi o primeiro convento do Rio de Janeiro. Inaugurado em 30 de março de 1750, no primeiro ano contava com 23 noviciadas, chegando a 57 em 1766. Era considerado um convento de elite porque as freiras vinham, em geral, de famílias abastadas. A igreja do convento era uma das mais suntuosas da cidade.

Convento da Ajuda antes da demolição. Foto de Augusto Malta – acervo Biblioteca Nacional

A ideia de se criar um convento na América Portuguesa vinha desde 1678, ocasião em que D. Cecília Barbalho, descendente de Luiz Barbalho Pereira – capitão-mor da capitania do Rio de Janeiro em 1643 – e irmã do Governador Agostinho Barbalho e de Fernando Barbalho, se mudou para uma casa construída ao lado da ermida em homenagem à Nossa Senhora da Conceição da Ajuda, com suas três filhas e mais duas donzelas da alta sociedade. A casa de quatro quartos foi construída, e a intenção era aumentar a construção, a fim de ser um espaço voltado a mulheres que queriam se devotar a Deus. As primeiras habitantes da casa foram chamadas de conversas, por não serem freiras, mas buscarem esse espaço de reclusão e devoção religiosa.

A proposta de construção do convento foi negada pela Igreja Católica no século XVII, mas, no XVIII, o prelado D. Fr. de Silveira Dias conseguiu seu intento de construir um grande local de devoção para mulheres.

Em 1750 foi inaugurado, e em 1795 o vice-rei conde de Resende doou o Chafariz das Saracuras, obra de Mestre Valentim, ao convento. O chafariz ainda existe, mas, desde 1917, encontra-se na Praça General Osório, em Ipanema. 

O Chafariz das Saracuras, obra de Mestre Valentim, em sua localidade atual, em Ipanema. Imagem em domínio público – Wikimedia Commons

O espaço do convento ficava situado no que hoje é a Praça Floriano, atual Cinelândia. Ia do atual Theatro Municipal até os jardins do posteriormente construído e já demolido, Palácio Monroe. O Convento da Ajuda existiu nesse local até 1911, ano em que foi demolido. Após as reformas urbanas levadas a cabo por Pereira Passos, foram construídos imponentes edifícios em frente à Praça Floriano: Centro Cultural da Justiça Federal, ex-sede do STF (1907); o Museu Nacional de Belas Artes (1908); Teatro Municipal (1909) e a Biblioteca Nacional (1910). O convento passou a destoar do conjunto arquitetônico eclético e de ambiente afrancesado ali formado.

O Convento da Ajuda em 1905, ano de inauguração da Avenida Central. Acervo IMS – Brasiliana Fotográfica

O convento foi então vendido à Cia. Light & Power, que pretendia construir um hotel com 300 quartos. O projeto não saiu do papel, mas o complexo foi demolido mesmo assim, em 1911. O terreno ficou abandonado por um tempo e, depois, foi temporariamente ocupado pelo Parque Centenário, um parque de diversões do empresário espanhol Francisco Serrador. No início da década de 1920, o parque deu lugar ao conjunto de edifícios que abrigava cinemas e teatros, também idealizado pelo famoso empresário, fazendo com que a região ficasse conhecida como Cinelândia.

As freiras foram transferidas para a Tijuca e, depois, para uma edificação em Vila Isabel que existe até hoje. A comunidade da Nossa Senhora de Conceição da Ajuda é um dos últimos conventos enclausurados do Brasil. Até 1970, as freiras nem podiam sair para consultar o médico. O convento é um dos produtores de hóstias mais importantes do Rio e fornece à maioria das igrejas da cidade.

Convento da Ajuda atualmente, em Vila Isabel. Fonte: Wikimapia

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