Chapéu do Sol

Uma das 7 Maravilhas do mundo moderno, o Cristo Redentor é tão parte da cidade, que até parece que ele já estava no alto do Corcovado quando os primeiros colonizadores pisaram no Rio de Janeiro. Porém, o monumento só foi inaugurado em 1931 e, antes de o Cristo se tornar um dos cartões postais mais famosos do Rio, outro mirante ocupava o topo do morro – o Chapéu do Sol.

Cristo Redentor em construção. No platô abaixo, o mirante do Chapéu do Sol, que antes ocupava o topo do Corcovado.
Foto de S. H. Holland, c. 1931. Acervo IMS

O Chapéu do Sol era uma estrutura em ferro fundido de aproximadamente 13 m de diâmetro, encomendada a uma fundição belga. Ele foi inaugurado no alto do Corcovado em 1885, pouco depois da abertura ao público da ferrovia que ligava o Cosme Velho às Paineiras, em 1º de julho do mesmo ano. A construção da linha férrea – que é a 1ª da América Latina destinada ao turismo – foi uma concessão do imperador D. Pedro II aos engenheiros João Teixeira Soares e Francisco Pereira Passos – esse último, prefeito do Rio de 1902 a 1906.

Chapéu do Sol, 1890-1900. Editores & propriedade de Rodrigues & Co. Acervo Arquivo Nacional

Até as primeiras décadas do século XX, o Chapéu do Sol era muito frequentado por membros das elites cariocas, que subiam ao Corcovado para fazer grandes piqueniques – costume francês que se tornou febre entre as classes altas brasileiras do início dos anos 1900 -, com roupas elegantes e direito a pratarias, louças e empregados que realizavam todo o trabalho.

“Picnic no Corcovado”, Juan Gutierrez, 1894. Acervo Biblioteca Nacional (BN Digital)

Os anos 1920 chegaram e, com eles, a concretização da ideia de se construir um símbolo religioso no alto do Corcovado. De acordo com Rodrigo Alvarez no livro Redentor (editora Globolivros, 2021), quem primeiro idealizou a estátua do Cristo foi a princesa Isabel, em 1888. Porém, as obras só foram iniciadas em 1926, e, para isso, o Chapéu do Sol foi transferido para um platô abaixo de onde costumava ficar.

Após a inauguração do Cristo Redentor, em 12 de outubro de 1931, não demorou muito para que a imprensa passasse a circular a ideia de que o Chapéu do Sol era antiquado e desconfortável. Nos anos 1940, o mirante foi desmontado pelo então prefeito Henrique Dodsworth.

Referências:
PAMPLONA, Patrícia; MOTA, Isabela. Vestígios da paisagem carioca: 50 lugares desaparecidos do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Mauad X, 2019.
WANDERLEY, Andra C. T. Série “O Rio de Janeiro desaparecido” XI – A Estrada de Ferro do Corcovado e o mirante Chapéu de Sol. Brasiliana Fotográfica. Disponível em: https:// brasilianafotografica.bn.gov.br/?p=19898
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