No início do século XX, o Rio de Janeiro adentrou um período de grandes transformações. Capital da República proclamada havia uma década, era ainda um lugar insalubre e com traços coloniais – distante, do ponto de vista urbanístico, de outros centros da América e Europa. Mas os planos vinham sendo gestados localmente desde o Segundo Reinado, o momento político era propício e assim, a cidade atraiu empreendedores estrangeiros interessados em viabilizar projetos de reforma urbana, infraestrutura e serviços.
A Light, como hoje a conhecemos, é talvez a empresa mais longeva desta história centenária iniciada com a fundação da The Rio de Janeiro Light and Power Co. Ltd. em 1904, com sede em Toronto, Canadá. Suas atividades locais envolveram a produção e distribuição de energia elétrica, a iluminação pública, o transporte urbano em bondes e ônibus, a fabricação e distribuição de gás e os serviços de telefonia.
A utilização da fotografia como recurso técnico para documentar as atividades empresariais foi seguida à risca, desde o início. O passo a passo de cada obra, a rotina das incontáveis atividades em suas instalações, as imagens científicas e periciais, tudo ficou registrado. Hoje, este imenso acervo encontra-se disperso como decorrência da fragmentação daquele conglomerado que chegou a ser denominado “polvo canadense”, face às tantas atividades que absorveu.
Mas o Centro Cultural da Light, instalado no edifício sede da empresa à avenida Marechal Floriano, ainda guarda um fabuloso acervo de fotografias que é fonte preciosa para mergulharmos no passado de nossa cidade. Nesta galeria, vamos rememorar aqueles tempos de simultâneas revoluções tecnológicas que nos trouxeram até aqui.
Curadoria: Joaquim Marçal