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[Companhia Telefônica Brasileira: Chamada telefônica] – 15/11/1911 – Fotógrafo não identificado

O primeiro telefone chegou ao Rio de Janeiro em 1877, e foi instalado no Palácio Imperial de São Cristóvão, na Quinta da Boa Vista. Era o ano seguinte à sua invenção, quando o imperador d. Pedro II, em visita à Filadélfia (EUA), encontrou-se com Graham Bell e manifestou seu interesse na novidade. As primeiras estações de telefonia do Rio de Janeiro foram implantadas logo depois, a partir de uma concessão que veio a se chamar Brazilian Telephone Company. Nos anos seguintes, outras empresas estiveram à frente daquele empreendimento, que a Light adquiriu em 1905, da Brasilianische Elektricitäts Gesellschaft. E desde o estabelecimento das primeiras centrais telefônicas, estabeleceu-se consenso, entre os homens brancos que comandavam as empresas, de que as mulheres eram ideais para a função: pelo tom de voz, por adaptarem-se melhor àquelas operações delicadas que exigiam concentração, capacidade de ajuste fino e por imporem mais respeito perante os usuários. Apesar destas visões antigas e, hoje, bastante antiquadas a respeito das funções das mulheres no mundo do trabalho, a função de telefonista foi uma das importantes conquistas de uma parcela da população feminina carioca. As duas fotografias referem-se às décadas iniciais daquelas atividades no Rio de Janeiro. Havia muitos modelos; nestas imagens, uma telefonista faz o papel de cliente/usuária, levando ao ouvido a extensão de recepção que estava conectada a um fio, enquanto fala junto à outra extensão de transmissão, fixada à caixa. Esse era um modelo de parede; havia os de mesa, também.

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[Companhia Telefônica Brasileira: Telefonistas] – Sem data – Augusto Malta

Nesta fotografia, vê-se o ambiente de trabalho das telefonistas; grandes galpões onde foram instalados os equipamentos que possibilitavam a conexão entre os usuários em cada ponta – o que era feito por aquelas valorosas profissionais.

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[Companhia Telefônica Brasileira: Telefonistas] – Sem data – Fotógrafo não identificado

Uma imagem das telefonistas em plena atividade numa das estações da CTB no Rio de Janeiro, é bom exemplo de conquista das mulheres brancas cariocas, que buscavam oportunidades de trabalho, independência e ascensão profissional. Percebe-se aquilo que alguns historiadores denominam de ‘estética andrógina’, aproximando as mulheres do universo masculino; cabelos curtos e vestidos no estilo chemise, com corte simples e solto, sem mangas. É evidente a influência da estilista francesa Grabrielle ‘Coco’ Chanel. Observe-se ainda os sapatos, de bicos finos e saltos. Essas telefonistas eram as nossas mulheres modernas.

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Jardim – Operator's rest room – 11/02/1921 – Augusto Malta

As questões trabalhistas estiveram presentes durante toda a trajetória dessa profissão; não era fácil ficar por horas a fio atendendo aos clientes e operando as conexões. As telefonistas tinham direito a pausas para o descanso. Na fotografia podemos apreciar um destes ambientes, na estação telefônica do Flamengo.

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Sino Azul. Companhia Telephonica Brasileira. Rio de Janeiro, ano I vol. I n. 1, jan. 1928, p. 9.

Ao final dos anos 1920 a cidade dispunha de mais de trinta e cinco mil telefones e os serviços foram automatizados para as ligações locais. Os novos aparelhos traziam um ‘fone’ para escutar e falar, e um interessante dispositivo: um disco com dez furos sob os quais estavam impressos os números; um, dois, três... até o zero, no final. A chamada era realizada tirando o fone do gancho e trazendo-o ao ouvido, aguardando o sinal da linha e depois introduzindo o dedo indicador naqueles números e girando no sentido horário até o limite – uma alça metálica – e em seguida deixando o disco voltar por si até a posição de origem. Fazendo assim sucessivamente o número era ‘discado’; grande progresso! Aquele movimento provocava a emissão de pulsos elétricos que proporcionavam a ligação direta entre duas pessoas, tornando desnecessárias as centrais telefônicas operadas por telefonistas. Mas as ligações entre cidades, ‘interurbanas’, continuaram dependendo da intermediação das telefonistas. Em 1932, a empresa implantou o serviço radiotelefônico internacional. E aquele modelo de disco foi gradualmente substituído pelo telefone de teclas, a partir dos anos 1960. Em 1966, a Light concluiu a venda da CTB para o governo federal.

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Companhia Telefônica Brasileira: telefonistas – sem data – fotógrafo não identificado

Embora nos arquivos históricos da Light predominem as imagens referentes às décadas iniciais de sua atuação no campo da telefonia, encontramos documentos mais recentes, como o que se segue, dos meados do século XX, onde é evidente na imagem das telefonistas – de seu equipamento e do ambiente de trabalho – que avançamos no tempo, com relação à tecnologia. Mesmo assim, fica evidente que as condições de trabalho eram essencialmente as mesmas. E aproveitamos esta oportunidade para lembrar que nas instituições e empresas, era comum haver um único número de telefone, que era atendido por uma ou mais telefonistas contratadas para operar as conexões. Esses equipamentos eram denominados PBX – Private Branch Exchange ou Troca de Ramais Privados. Ou seja: por muito tempo, os usuários do telefone continuaram convivendo com elas até a chegada dos atuais serviços automatizados e impessoais – que, às vezes, tendem a nos levar à loucura!

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Na praça Tiradentes, a mais antiga das estações da CTB, reconstruída após o grande incêndio de 1906. – Sem data – Augusto Malta

A CTB expandiu os serviços de telefonia, construindo novos edifícios em alguns bairros do Rio onde foram instaladas subestações. Além de sediarem os equipamentos e a equipe de telefonistas, cumpriam a importante função de proporcionar aos cidadãos que a elas se dirigissem a possibilidade de fazer uma ligação telefônica. Eram muitas as estações; na sequência de fotografias a seguir, vamos relembrar algumas delas: Praça Tiradentes, Flamengo, Ipanema, Vila Isabel e Botafogo.

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E. T. Beira-Mar. Rua Dois de Dezembro, Flamengo. – fevereiro de 1920 – Augusto Malta

Nesta fotografia, a estação telefônica Beira Mar, à rua Dois de Dezembro 63, no Flamengo. Hoje, ali funcionam um centro cultural e um museu, que já se chamou Museu do Telephone, Museu das Telecomunicações e agora é o MUSEHUM – Museu das Comunicações e Humanidades.

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Estação de Ipanema – fevereiro de 1920 – Augusto Malta

Primeira instalação de Ipanema, a Estação Manual Sete, inaugurada em abril de 1919 no início da rua Barão da Torre; à direita e atrás do edifício está o morro do Cantagalo; à esquerda e ao fundo o maciço da Tijuca, do outro lado da lagoa Rodrigo de Freitas. Em junho de 1930 foi substituída pela nova estação automática à rua Visconde de Pirajá 54, onde funcionou o Oi Futuro Ipanema e hoje está instalado o Oito, um espaço de inovação e empreendedorismo para startups.

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[Companhia Telefônica Brasileira: ] – 20/06/1910 – Fotógrafo não identificado

Edifício em construção na rua General Canabarro 432, no Maracanã, inaugurado em setembro de 1910.

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Botafogo Sub-station na Praia de Botafogo – Sem data – Augusto Malta

A seguir, duas fotografias do edifício onde funcionou a subestação de Botafogo da CTB, denominada ‘Estação Sul’; hoje ocupado pelo Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro. Esta foto foi feita ainda durante sua construção, provavelmente em 1907. Havia um quiosque instalado à frente. A inauguração provisória da Estação Sul deu-se em 1908 à rua Voluntários da Pátria 20. Em janeiro de 1910, foi inaugurada a estação definitiva à Praia de Botafogo 480 (retratada nas imagens), com uma mesa de ligações para 800 linhas.

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[Subestação de Botafogo] – 1910 – Augusto Malta

Nesta fotografia, a estação Sul em 1910, já sem o quiosque na frente.

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Anúncio da Companhia Telefônica para ligações interurbanas.

Foi uma revolução. Mais uma, na verdade, depois da eletricidade e do gás. Com o passar dos anos e das décadas... ninguém mais conseguiu viver sem o telefone! Naqueles primeiros tempos, a publicidade cumpriu um papel crucial não apenas no sentido de convencer, mas também de informar, de conscientizar os cidadãos acerca da novidade e de suas possibilidades. Quando surgiu a possibilidade de se fazer ligações interurbanas, então, as campanhas foram intensas. Vejamos alguns exemplos de 1928.

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Luz – 1928 – p.27

Neste anúncio, informações sobre a possibilidade de ligação entre três estados.

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