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Aspecto da Mostra de Arte – 08/10/1953 – Octacílio B. Monteiro

Os meados do século XX corresponderam a um período fértil para as ditas artes plásticas no Rio de Janeiro. Uma visita à galeria Rio das artes servirá para revisitar aquele contexto. Mas aqui, vale lembrar que grandes empresas do período contribuíram naquele processo. Para comemorar a inauguração de seu novo edifício à rua do Ouvidor, a Sul America Terrestres, Marítmos e Acidentes, grande empresa de seguros, promoveu em 1949 a maior exposição de arte moderna até então realizada no país, ocupando cinco andares do [hoje] Palácio Gustavo Capanema. O MAM/Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, tinha sido criado no ano anterior e sequer tinha, até então, um acervo expressivo ou sede própria. A Biblioteca Circulante, depois Biblioteca dos Empregados da Light, por ocasião de seu vigésimo aniversário em 1953, começou a patrocinar as “Mostras de Arte dos Empregados da Light”, que incluíam pintura, escultura, desenho, artes aplicadas, fotografia, literatura, cerâmica etc., que atestavam “o entusiasmo crescente dos funcionários pelo movimento artístico dentro das próprias Companhias”, conforme relato do jornal A Turbina (ano 2, Nov. 1955, n. 17). ”Além disso”, continua, “por intermédio da Divisão de Ensino e Seleção do Departamento de Pessoal, tem procurado estimular os pendores artísticos dos funcionários, organizando um curso de desenho e pintura cuja frequência tem sido das mais animadoras.” E mesmo entre os dirigentes da Light, havia grandes figuras. Vincent Ibberson, que trabalhava na Divisão Química da Société Anonyme du Gaz, “começou pintando aquarelas, ali por volta de 1951. Entusiasmou-se a ponto de ingressar no Curso Livre de Pintura, mantido pelo Ivan Serpa, no Museu de Arte Moderna. O resultado foi sua participação na 1ª Exposição de Grupo Frente” – referência inescapável no avanço das artes visuais no Rio, naqueles anos e que teve repercussão internacional. (A Turbina, ano 4, out. 1957, n. 40).

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Mostra de Arte – 29/10/1953 – Octacílio B. Monteiro

Por ocasião das inaugurações, eram muitas as personalidades do mundo acadêmico e cultural que prestigiavam o evento. Na fotografia, Pedro Calmon (à esquerda), uma das mais influentes figuras de seu tempo, é ciceroneado por dirigente da Light. Os diretores dos museus e escolas de arte igualmente prestigiavam aqueles eventos.

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II Mostra de Arte - Biblioteca – 17/11/1954 – Octacílio B. Monteiro

Por ocasião da exposição anteriormente mencionada e patrocinada pela Sul América em 1949, o escritor José Lins do Rego havia declarado: “Está mesmo acontecendo algo de novo nesta cidade maravilhosa: a arte parece obter direito de cidadania no mundo das finanças, dos bancos, das companhias de seguros, que tanto tempo funcionaram à margem daquilo que constitui a alma do país. Essa novidade importa, se for seguida de outras experiências, particularmente numa hora tão dura para os artistas.” (O Globo, 09 mai. 1949).

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V Mostra de Arte – 06/11/1957 – Octacílio B. Monteiro

A fotografia passava pelo seu período moderno, mesmo que tardio, no Brasil. Mais e mais cidadãos se deixavam fascinar por essa poderosa ferramenta de registro e expressão. Havia grande disponibilidade de equipamentos e material fotográfico no mercado, uma profusão de laboratórios caseiros e ainda os fotoclubes – espaços de convivência que fomentavam o estudo e a prática, onde a exposição dos trabalhos através dos circuitos nacionais e internacionais era primordial.

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V Mostra de Arte: Eneida de Moares – 16/10/1957

Nesta fotografia vemos a jornalista, escritora e tradutora Eneida de Moraes (Belém 1904 – Rio de Janeiro 1971), à época cronista do Diário de Notícias e também colaboradora do grupo Light. Ela atuou no jornal A Turbina, um mensário editado pelo Departamento de Relações Públicas da Companhia Carris, Luz e Força do Rio de Janeiro a partir de 1954, e que dava espaço às atividades dos funcionários que produziam arte. Eneida, como gostava de ser chamada, era também tradutora e uma atuante militante marxista. Entre seus livros, destaca-se a História do carnaval carioca (1958).

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V Mostra de Arte - Inauguração – 07/10/1957 – Octacílio B. Monteiro

Antônio Galotti, figura atuante e polêmica no cenário político do país por muitas décadas, foi um influente dirigente da Light desde 1956 (à frente da companhia Carris, Luz e Força do Rio de Janeiro) e presidiu o Grupo Light entre 1965 e 1974, quando a empresa foi vendida ao governo brasileiro. A fotografia registra o momento em que Gallotti (à direita) recebe um retrato estampado (bico de pena) das mãos do expositor J. A. Mendes, como forma de homenagem dos artistas que participavam da V Mostra de Arte ao Grupo Light.

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Vitrine de Exposições do CCL - VI Mostra de Arte - 22/10/1958 - Gerson Rodrigues Géa

Uma das célebres vitrines do edifício sede da Light, à avenida Marechal Floriano, anunciando a VI Mostra de Arte em 1958. Além de manifestações artísticas mais tradicionais – o desenho, a pintura e a escultura – o cartaz enumera outras: a fotografia, cuja presença cresceu muito ao longo do século XX; a cerâmica, as artes decorativas e as prendas domésticas.

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