Peteca
Um jogo muito parecido com a peteca já era praticado pelos indígenas, que arremessavam pedaços de madeira ou palha amarrados com penas de aves. Peteca (pe’teca) é uma palavra tupi que quer dizer bater com a mão. Com a chegada dos portugueses, o jogo passou a ser praticado pelos colonizadores e foi ganhando adeptos ao longo do tempo.
A peteca é jogada nas ruas da cidade desde o século XVIII, principalmente, por mulheres. Sua popularização se deu no final do século XIX, na belle époque carioca, quando a população tomou conta das ruas. No século XX, o jogo chegou às praias e clubes.
Nas Olímpiadas de 1920, na cidade de Antuérpia, a delegação brasileira levou petecas na bagagem para jogar durante os intervalos. A brincadeira chamou a atenção de outros atletas, e o chefe da delegação brasileira, José Maria Castelo Branco, ao regressar ao Brasil, decidiu formalizar as regras e enviá-las às demais delegações.
Outro entusiasta da peteca foi professor de ginástica alemão Karlhans Krohn que, em passagem pelo Rio, em 1936, viu o jogo e decidiu levar alguns exemplares com ele na mala para difundir a atividade em seu país.
No final da década de 1970, a peteca era tão popular, que um dos órgãos do Ministério da Educação, o Mobral, publicou um livrinho intitulado Vamos Jogar Peteca, de autoria dos professores e treinadores do Centro Cultural e do Grupo Executivo da campanha “Esporte para todos” do próprio ministério.
A brincadeira tem como objetivo principal não deixar a peteca cair ou rebatê-la o mais alto possível. Daí a expressão “não deixe a peteca cair”, referência sobre a atitude de resistência ou resiliência, conhecida por todos os cariocas. Em 1977, o Conselho Nacional de Desportos (CND) considerou a peteca uma atividade física genuinamente brasileira, e a oficialização como esporte aconteceu oito anos mais tarde, em 1985.
Nomes conhecidos, como o proprietário do Cassino da Urca, Joaquim Rolla, o porteiro do Copacabana Palace, Joaquim Caneato, e o membro da “Turma dos Cafajestes”, Mariozinho de Oliveira, formavam equipes famosas de peteca nas praias de Copacabana. Esses e outros petequeiros compunham os times da Associação da Peteca Livre de Ipanema, do Peteca Carioca da Rua Paula Freitas e muitos outros .
Os clubes Peteca Carioca da Paula Freitas e Clube de Peteka Livre Duvivier ainda se reúnem todos os finais de semana e feriados para disputar partidas acaloradas, mantendo viva a tradição.