Totó, Preguinho e Cotoco

TOTÓ

Também conhecida como pebolim em outras partes do Brasil, no Rio de Janeir, a tradicional brincadeira é chamada de totó. Até os anos 1950, sua presença era restrita aos lares de classe média e alta em função do custo elevado. Depois, quando o jogo se automatizou – podendo ser praticado com fichas ou moedas –, foi ganhando espaço em lojas, bares e nos parques de diversões.

Totó – Gravura de Alcides Oliveira

O totó teria sido criado por Alexandre de Fisterra, um combatente ferido durante a Guerra Civil Espanhola, que ficou internado em um hospital de Monserrat. Ali, o espanhol conviveu com muitas crianças que, em função de doenças ou ferimentos de guerra, não podiam jogar futebol. Ao observá-las jogando tênis de mesa, o famoso ping pong, ele teve a ideia de criar uma espécie de “futebol de mesa”.  

Entre as muitas lendas urbanas do Rio, uma diz respeito à origem do nome totó. Conta-se que os jogadores sempre perguntavam “vamos jogar um tok tok?”, referindo-se ao som que a bola fazia quando batia nas margens do campo. Com o tempo, a onomatopeia virou totó. Os cariocas criaram também algumas regras diferentes para o jogo. Entre elas, estão a obrigatoriedade de considerar como dois pontos o gol marcado pelo goleiro e a proibição de rodar os bastões onde os jogadores são aparafusados.

Pela rivalidade entre Flamengo e Fluminense, em alguns bairros do Rio, o totó era chamado de Fla-Flu. Os participantes organizavam torneios, nos quais se dividiam em duplas e vestiam camisas de seus clubes de futebol. Enquanto um jogador ficava responsável pela defesa, o outro se concentrava no ataque. Aí o jogo ia longe, em partidas de seis ou doze gols, distribuídas em dois tempos, marcados pela troca de lado no campo.

PREGUINHO


Preguinho – Gravura de Alcides Oliveira

Não demorou muito para os cariocas adaptarem a nova moda à realidade da cidade, criando uma alternativa inteligente, barata e mais democrática. Foi assim que surgiu o preguinho, que podia ser jogado em qualquer lugar: na rua, nas esquinas, nas portas das casas, em degraus…

Diferentemente do totó, com sua estrutura pesada e bem alinhada, o preguinho era montado numa tábua lisa de 50x30cm, moldurada por ripas que fechavam o campo. Nas extremidades menores, abriam-se duas balizas que serviam de gol. Vinte e dois pregos simulavam jogadores, 11 de cada lado. O jogo recebia o desenho de campo de futebol, com a risca da linha de fundo, pequena área, marca do pênalti, grande área e divisa do meio campo. A bola – uma moeda do tamanho de uma atual de R$ 0,50 – era impulsionada com um peteleco e não podia bater em nenhum prego adversário até alcançar o gol. Se batesse, a vez passava para o time oposto.

Sem torneios e exibições, o preguinho era mais fácil de jogar que o totó. Com o tempo, o brinquedo se sofisticou e passou a ser vendido pelo comércio popular. Entre os muitos nomes que ganhou – mas não pegaram, ainda bem! –, estão pregobol, futebol de pino, dedol e dedim.

JOGO DE COTOCO

Muito praticado no subúrbio do Rio de Janeiro até o final da década de 1970, o jogo de cotoco é uma variação do preguinho em chão de terra, inclusive com as mesmas regras. Para diferenciar os dois times, os jogadores colocavam 20 cotocos de cabo de vassoura, dispostos em linhas e pintados de cores diferentes. Ripas de madeira de quatro dedos de altura por seis de comprimento faziam as vezes dos goleiros, enquanto os gols eram marcados por pedras ou riscos na terra. Os jogadores usavam palitos de sorvete, e a bola era a mesma do tênis de mesa.

Jogo de cotoco – Gravura de Alcides Oliveira

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