Carrinho de Rolimã

Uma febre tomou conta das ladeiras do Rio de Janeiro nos anos 1960 e 1970: as corridas de carrinhos de rolimã. Elas atraíam os cariocas de todas as regiões e, por duas décadas, foram a trilha sonora que despertava a cidade pela manhã.  Embora não haja registros da origem da brincadeira, é provável que ela tenha sido inspirada nos carrinhos de carretos usados nas feiras livres. Eles eram feitos de caixotes de madeira, com rodas de bilha nas extremidades e dois pedaços de madeira presos nas laterais e que serviam para empurrar.

Carrinhos de feira livre – Mário Farias. Facebook O Passado do Rio

A nova brincadeira não foi tão bem-recebida em algumas regiões do Rio, especialmente na zona sul. A corrida, que consistia em descer uma ladeira a bordo do carrinho de rolimã, muitas vezes, terminava em ruas com grande movimentação de carros e pessoas.

Corrida de carrinho de rolimã – Gravura de Alcides Oliveira

Além do barulho e dos riscos à segurança dos praticantes e dos pedestres, moradores reclamavam da presença de apostadores. De uma diversão para crianças e adolescentes, o rolimã passou a atrair adultos frequentadores de casas de aposta e, assim, surgiram os pegas.

As queixas de parte da população e os muitos registros de acidentes levaram à forte repressão policial nas ruas do Rio. Na década de 1980, as corridas começaram a perder espaço e importância no dia a dia da cidade.

A chegada dos brinquedos eletrônicos contribuiu para deixar mais uma brincadeira de rua para trás, mas a tecnologia também foi responsável pelo retorno dos carrinhos de rolimã. Há alguns anos, pais e filhos voltaram a se reunir para descer as ladeiras do Rio. Em bairros da zona oeste (Campo Grande, Santa Cruz e Realengo), a paixão pelo rústico brinquedo de madeira e rodinhas está em alta. Agora, os carrinhos contam com freio e maçaneta, e os praticantes usam equipamentos de segurança pessoal, como capacete e luvas. Avante!

Crianças brincam com carrinhos de rolimã em Campo Grande, na zona oeste do Rio. Portal Giro

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