Fundação da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro

Na entrada da Baía de Guanabara, entre os morros Cara de Cão e Pão de Açúcar, Estácio de Sá, sobrinho do governador geral Mem de Sá, fundou a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, em 1º de março de 1565, invocando o padroeiro do rei D. Sebastião de Portugal (1554-1578).

Fundação da cidade do Rio de Janeiro. Antônio Firmino Monteiro (1855-1888), sem data. Museu Nacional de Belas Artes

Estácio de Sá recebeu do tio a missão de retomar definitivamente o território ocupado pelos franceses, que chegaram na Guanabara com o intuito de fundar a França Antártica – sua colônia na América –, em 1555. Em 1560, já com um o Forte Coligny construído na Ilha de Villegagnon e um pequeno aldeamento (Henriville) nas proximidades, os colonos franceses foram atacados pelas tropas de Mem de Sá. Porém, apesar do governador-geral português ter conseguido afastar os franceses do local, não teve contingente ou força suficiente para fundar uma cidade portuguesa na região. Esse intento só foi realizado em 1565, quando a pedra fundamental da cidade teria sido lançada diante dos padres jesuítas que acompanhavam a expedição.

Alegoria da fundação da cidade na Igreja dos Capuchinhos, Tijuca. Estácio de Sá com a bandeira do reino de Portugal, ao lado da Pedra Fundamental da cidade. A estátua do padroeiro, São Sebastião, também está representada.

A partir da fundação, as dificuldades enfrentadas por Estácio de Sá e pelos colonos lusos não foram poucas. A povoação portuguesa continuava exposta aos ataques inimigos, havia escassez de água doce e constantes conflitos pela posse das terras. Foi somente durante a batalha de Uruçumirim, em 20 de janeiro de 1567, que os portugueses – contando com o apoio estratégico dos tupiniquins – conseguiram derrotar definitivamente a aliança franco-tamoia, expulsar os franceses e consolidar sua povoação. Apesar da vitória, Estácio de Sá foi ferido mortalmente por uma flecha envenenada durante a batalha e morreu pouco tempo depois.

Suprimidos os perigos de uma nova invasão francesa, o governador Mem de Sá decidiu transferir o núcleo da cidade para um local mais seguro e salubre:  o morro de São Januário – logo depois chamado morro do Descanso e, por fim, do Castelo.

Morro do Castelo visto a partir do terraço da Igreja da Glória. Richard Bate, 1809 – Coleções digitais da Universidade Cornell/ Wikimedia Commons

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