Carta para a juventude

Ouça um trecho da carta narrada por sua autora Carolina.

Rio de Janeiro, 2 de outubro de 2021.

Querida juventude,

Quando somos crianças, fantasiamos sobre o futuro com todas as expectativas do mundo. Somos influenciados a compreender a vida como uma longa e infinita jornada que está sempre à disposição de nossos sonhos. Não pensamos sobre os desafios que nos levam, muitas vezes, a desistir das coisas que mais desejamos, independentemente de nossas grandes ambições. Tudo é perfeito durante a infância, ou pelo menos parece ser. Porém, um dia, percebemos o real ritmo da vida. O futuro, que em certos momentos pareceu tão distante, agora está mais perto do que nunca. Somos atingidos por uma urgente necessidade de aproveitar todas as oportunidades que o mundo tem a oferecer, já que agora entendemos o tempo como um recurso que não podemos mais desperdiçar. Quando jovens, sabemos que o controle de nossas complexas vidas não depende somente de nós, mas nunca estamos completamente preparados para lidar com esse fato.

Por isso, dedico minhas palavras a você, juventude. Confesso que foi muito difícil sentir que partes suas estavam indo embora durante o ano de 2020. Eu sabia que isso não dependia somente de mim, mas me incomodava o fato de não existir nada que eu pudesse fazer para que o mundo voltasse ao normal. Tudo parecia sem propósito e o plano de vida que eu havia idealizado era, pouco a pouco, derrubado por uma forte desmotivação. Foi complicado, em diversos momentos encontrar forças para acreditar que um dia todos nós teríamos a chance de finalmente repor experiências perdidas. Mas, bastava somente um pensamento positivo para que uma pequena esperança pudesse permanecer em meu coração, na expectativa de um futuro melhor.

Gosto de dizer que aprendi o seu real significado recentemente, juventude. Desde o primeiro momento de pandemia soube que as memórias as quais você me proporcionou seriam os meus bens mais preciosos durante os dias difíceis. Aprendi, ainda, o real significado de saudade. Não me refiro apenas àquela saudade de pessoas distantes, mas também de coisas simples da vida, como da rotina que eu costumava seguir ou dos lugares que eu costumava frequentar. Comecei a valorizar amizades, mesmo que tenha me despedido de muitas, e a observar o mundo de uma forma diferente, reconhecendo a real importância da empatia. 

Foram muitos aprendizados, de fato. Talvez eu não tenha vivido da forma que planejei na minha infância e talvez seja difícil abandonar o sentimento de tempo perdido que existe em mim. Mas, agora, olho para trás e reconheço o valor de todos os aprendizados que me tornaram a melhor versão de mim mesma, a versão que merece ser sua companheira, juventude. Ainda viveremos muitos momentos juntas.

Com amor,

Carolina.

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