Antigo palacete de Marechal Hermes
Autoras: Marya Eduarda Santos Guimarães Alves, Rafaely de Mattos Alves, Karine Cardoso Barbosa dos Santos, Luiza de Jesus Jatobá e Manuella Oliveira Borges
Você sabia que existiu um lindo Palacete no bairro de Marechal Hermes? Ele ficava na rua Boqueirão e abrangia um quarteirão. Foi construído a mando do Marechal Hermes da Fonseca para a sua esposa Nair de Teffé, que além de Primeira Dama entre 1913-14, foi a primeira caricaturista brasileira.
Anos depois o casarão pertenceu a uma família libanesa, que morou no palacete por muitos anos. Eles foram os últimos moradores do palacete que, infelizmente, no início dos anos 80 já estava em ruínas. A herdeira o vendeu e o palacete acabou sendo demolido para a construção de um condomínio de casas, que levou o nome de Condomínio Palacete.
Depoimentos
“A minha avó Wadia, minha tia Sara e minha mãe Araçata foram criadas no palacete. Eu era criança e estava lá constantemente. Era lindo, enorme, com várias salas e muitas árvores. Eu corria pelos corredores, ia muito aos quartos de cima, que tinham camas enormes. Lá tinha um telefone preto de manivela, em que eu ligava para a telefonista, passava o número e ela fazia a ligação, isso é algo que eu não esqueço. Lá fora havia muitos pés de jabuticaba e manga, me lembro também que tinha uma piscina. Era muito legal!”
Muitas vezes minha avó ficava nessa janela me dando até logo, quando eu estava indo embora, eu tinha uns 14 anos.”
Inácio Pontes, 70 anos
“Quantas lembranças do palacete… Eu lembro dos desenhos das paredes, do banheiro enorme, do telefone de manivela. E da minha vó, claro, e tia Sara. As últimas moradoras do palacete.
O palacete pertenceu ao marido da minha tia avó, que morou lá até falecer. Após o falecimento dele, minha tia e meus avós continuaram a morar no palacete até a herdeira vender. Minha família e eu passamos grande parte de nossas vidas no palacete.[…]
Célia Murad, irmã de Inácio (extraído do Facebook)
“Eu lembro que tinha pé de tudo quanto é fruta. O noivado da minha irmã Célia foi lá dentro e, como tinham muitos quartos, todos dormiram lá. Eu me lembro também que todo mundo dizia que o palacete era mal assombrado, eu mesmo quando dormia lá, morria de medo.
Marcos Antônio, irmão de Inácio e Célia
“Fui criado pelos moradores do palacete. Era imenso, tinha 5 entradas e mais de 12 quartos, para encerar o chão levava uma semana. Uma pena que tenha sido demolido, poderia ter sido um museu.”
Jacy Pedro, 86 anos
“[…] Minha mãe contava muitas histórias: que era um local mal assombrado e depois das 18 horas ninguém passava por lá, por causa de um tal fantasma do Viramundo, que era um capataz e, na madrugada, ouvia-se o galope de seu cavalo. […]
Mas tenho saudades e lamento que foi demolido para construir um condomínio.”
Misael Rodrigues (extraído do Facebook)
“A casa em que cresci (ainda pertence à minha família) está num dos lotes que compunham o palacete. Cheguei a ver pisos e muros originais. Encontramos vários objetos ao escavar para construir a casa. Havia um ipê roxo magistral em outro lote que, lamentavelmente, também foi derrubado, anos mais tarde…”
Pierre Porto (extraído do Facebook)
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