Revolta da Armada
A Revolta da Armada foi um levante da Marinha brasileira ocorrido em duas fases, entre 1891 e 1894, no Rio de Janeiro. Já nos primeiros anos da República, eclodiu o primeiro movimento, contra a presidência do marechal Deodoro da Fonseca. Sem conseguir negociar com as bancadas dos estados, principalmente, com os cafeicultores paulistas, ele fechou o Congresso Nacional. A Armada, nome dado à Marinha na época, revoltou-se e prometeu atacar a capital federal. Para não enfrentar a provável derrota em uma guerra, Deodoro renunciou em 23 de novembro, dando fim à Primeira Revolta da Armada.
O vice Floriano Peixoto assumiu e deveria convocar eleições em um prazo de dois anos. Entretanto, isso não ocorreu. Custódio de Melo, contra-almirante e futuro candidato à Presidência, opôs-se à nova situação, e figuras associadas à monarquia, como o almirante Saldanha da Gama, juntaram-se ao movimento contra Floriano.
Além das denúncias contra a política florianista, que não pacificou as rivalidades regionais, os oficiais da Marinha se sentiam desprestigiados diante do Exército – instituição de origem dos dois primeiros presidentes, Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto. Teve início, então, a Segunda Revolta da Armada.
Em 13 de setembro, começaram os bombardeios aos fortes do litoral fluminense em poder do Exército. A frota era formada por 16 embarcações da Marinha de Guerra e 14 navios civis, confiscados de empresas brasileiras e estrangeiras para apoiar as forças rebeldes. Embora fossem maioria na Marinha, os revoltosos não tinham apoio popular e enfrentavam forte oposição no Exército, com a adesão de milhares de jovens voluntários a batalhões de apoio ao presidente.
O governo sufocou as duas revoltas com o apoio da população, resultando na consolidação da República e no fortalecimento de Floriano Peixoto como liderança política, o que lhe valeu o codinome de “Marechal de Ferro”.
Este texto foi elaborado pela pesquisadora Júlia Kern Castro do Projeto República (UFMG).