Palácio Tiradentes
No lugar do atual Palácio Tiradentes, projetado em estilo eclético por Archimedes Memória e Francisque Couchet, havia um prédio, erguido por volta de 1640, que abrigava a Casa de Câmara de Vereadores e Cadeia, mais conhecido como Cadeia Velha por conta da cadeia pública que funcionava no andar inferior.
Além da Câmara de Vereadores e cadeia pública, o local serviu de moradia para os empregados da corte de D. João VI quando ele chegou ao Brasil, em 1808. Abrigou também a Assembleia Nacional Constituinte que elaborou a Constituição de 1823, a 1ª do Brasil que acabara de conquistar a independência. Ela não chegou a entrar em vigor em razão da decisão autoritária de Dom Pedro I, que determinou que o Exército fizesse um cerco para de dissolvê-la. Por fim, foi sede da Câmara dos Deputados, entre 1826 e 1914.
Sua derrubada, em 1922, abriu espaço para a construção do Palácio Tiradentes, em homenagem ao alferes que sonhou com a independência e esteve encarcerado na Cadeia Velha, de onde saiu para ser enforcado e esquartejado.
O novo Palácio do Legislativo foi inaugurado em 6 de maio de 1926, exatamente cem anos depois da primeira sessão legislativa do país, com o intuito de promover um eixo simbólico de continuidade na vida parlamentar nacional. “Nele funcionou a Assembleia Nacional Constituinte de 33, que elaborou a Constituição de 34 rasgada pelo golpe de 37, para a implantação do Estado Novo de Getúlio Vargas. Casa da lei, da liberdade, do voto, purgou a humilhação de sediar o Departamento de Imprensa e Propaganda, o DIP, oficialmente incumbido da censura à imprensa. O vexame prolongou-se de 39 a 45, quando o Estado Novo desabou” e a Câmara Federal voltou a funcionar no local.
A última sessão da Câmara no palácio aconteceu em 14 de abril de 1960, uma semana antes da inauguração de Brasília. Com mudança da capital, criou-se o estado da Guanabara e, no Palácio Tiradentes, instalou-se Assembleia Legislativa do Estado da Guanabara (Aleg). Com a fusão, em 1975, passou à Assembleia do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).
Referências
CORRÊA, Villas-Boas. Palácio Tiradentes – fiel à democracia. Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ). 1a Ed. 2002, p. 40.