O Theatro Municipal

No século XIX, o Rio de Janeiro se tornou a capital do Império português e, com pretensões de ser uma cidade europeia, precisava de um teatro para as sessões de ópera.  O teatro já era uma atividade desenvolvida na cidade desde o período colonial, como ferramenta importante de educação e informação para uma população de maioria analfabeta. Fora outras pequenas casas de espetáculo do século XVIII (como a Casa da Ópera do Padre Ventura de 1767, ou o Teatro de Manuel Luiz, de 1776), o Real Teatro de São João (1813) foi o primeiro a ser erguido após a chegada da família real, que determinou a construção de um “teatro decente” (Correio da Manhã, 28/06/1930, p. 3). Depois, vieram outros teatros na mesma região da atual Praça Tiradentes, onde as diversões se concentravam. 

Imagem do Teatro São Pedro, Praça Tiradentes. Marc Ferrez, 1870 circa. Foi erguido no lugar do Teatro de São João, incendiado em 1824. Em 1928, o teatro precisava de reformas, e o então prefeito, Antônio Prado Júnior, determinou a sua demolição e construção de um novo prédio, o Theatro João Caetano (1930).

Por volta de 1894, Arthur Azevedo, o maior autor e incentivador da consolidação do teatro nacional, preocupado em fazer com que essas atividades fossem associadas ao processo de modernização, iniciou uma campanha para que se construísse um teatro digno da capital do Brasil e que pudesse ser sede da primeira companhia teatral brasileira nos moldes da Comédie Française. Nem a campanha nem a posterior lei municipal de 1895, criada com o fim de arrecadar fundos para a construção do teatro, deram certo. Apenas em 1903, durante a gestão do prefeito Pereira Passos é que o projeto de um novo teatro tomou corpo.

Um concurso foi realizado, a fim de aprovar a melhor proposta para a construção do teatro. Das sete propostas apresentadas, os projetos Áquilla, de Francisco de Oliveira Passos – filho de Pereira Passos – e Isadora, de Albert Guilbert – vice-presidente da Associação de Arquitetos Franceses – empataram em primeiro lugar. A solução política encontrada foi fundir os dois projetos em um só, já que ambos utilizavam como base a tipologia da Opéra de Paris (1875). 

A construção do Teatro Municipal começou em 1905, e a obra foi considerada a mais avançada da reforma urbana. Para a decoração do interior, foram mobilizados os principais artistas da cidade, como Eliseu Visconti, criador dos panos de boca do palco e das pinturas do teto, Rodolfo Amoedo e os irmãos Bernardelli, responsáveis pelas pinturas e esculturas. Os vitrais e mosaicos foram criados por artesãos europeus. Ao todo, 280 operários trabalharam em dois turnos durante quatro anos, ininterruptamente.

Theatro Municipal em construção. Augusto Malta,1907. Rio de Janeiro, RJ – Instituto Moreira Salles.

Com capacidade para 1.739 espectadores, o grande teatro carioca foi inaugurado em 1909, com a presença do presidente da República – Nilo Peçanha – e de Francisco de Souza Aguiar, prefeito da cidade. O restaurante Assirius, com decoração em estilo assírio, deu o tom de vanguardismo. As fachadas chamavam atenção pela combinação de elementos clássicos e barrocos e pela cúpula de bronze e vidro. A nota triste na inauguração veio da morte do idealizador do teatro. Arthur Azevedo morreu antes de ver a obra finalizada. Além de receber espetáculos, o próprio Theatro Municipal se tornou um espetáculo e foi acrescentado aos ícones da Reforma Passos.

Fachada do Theatro Municipal. Augusto Malta, 1910 circa. Rio de Janeiro, RJ – Instituto Moreira Salles.

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