O Porto Maravilha

O Projeto Porto Maravilha deu continuidade a uma linha de urbanismo marcada pela perspectiva neoliberal, sob administração Eduardo Paes e com a vitória da cidade para sediar as Olímpiadas de 2016 e participação na Copa do Mundo de 2014. O grande sonho do prefeito era transformar a cidade num produto competitivo e, para isso, realizou ações desenvolvidas pela Secretaria de Ordem Pública, chamadas de “choques de ordem” que envolviam a “limpeza” do Rio de Janeiro. Houve repressão ao trabalho informal, recolhimento da população de rua, demolição de prédios que podiam se tornar ocupações e construção dos chamados “ecolimites” para evitar o crescimento das favelas. Com isso, a autoridade municipal se restabeleceu.

Delimitada no mapa pela linha branca, a área do Porto Maravilha equivale a quase um terço do centro da cidade (Imagem: Mariana Werneck, a partir de dados da Cdurp/IPP). Imagem retirada do site da Agência Pública

O crescimento do valor do solo urbano aumentou o processo de gentrificação, fazendo com que bairros populares que constituíam a Zona Portuária fossem foco de mudanças radicais por serem considerados áreas problemáticas e “indesejáveis”. A partir daí, a Zona Portuária foi definida como prioritária para uma reformulação geral organizada por parcerias público-privadas que liberou os espaços com a retirada da avenida Perimetral para a especulação imobiliária. O Consórcio Porto Novo, formado por empresas ligadas à construção civil, foi responsável pelos ajustes necessários para realização das mudanças pretendidas através da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (CDURP).

Demolição do Elevado da Perimetral, em 2013. Imagem retirada do site do Museu do Amanhã

O projeto associado à Zona Portuária nos moldes de um loteamento com espaços renovados, policiamento, limpeza urbana e governo próprio, impactou o centro como um todo com a criação de bulevares, a circulação do VLT e sua integração ao metrô, a revitalização da avenida Rodrigues Alves, transformada em Boulevard Olímpico e integrando a Praça Mauá com a região da Rodoviária e com a Praça XV, via Orla Conde. Houve impactos também nas regiões do Caju e da avenida Brasil, assim como no Estácio.

Durante as obras o Cais do Valongo – maior porto de receptação de escravizados das Américas – foi “redescoberto”. Imagem em domínio público – Wikimedia Commons

A urbanização do Largo da Prainha, da rua Sacadura Cabral e da Praça da Harmonia impactaram o comércio da região. O estádio Mário Filho, o Maracanã, também foi envolvido e alterou sua forma, perdendo vários dos aspectos originais.

 

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