Estação Madureira
Autores: Amanda Antunes, Gustavo Canellas e Letícia Basilio
Nossa pesquisa é sobre a estação de Madureira que, além de importante ponto de embarque e desembarque, é a passarela de acesso aos dois lados do bairro e é, também, ponto de encontro e lugar de muitas histórias e curiosidades.
O bairro de Madureira:
Madureira é um bairro muito popular da zona Norte do Rio de Janeiro, também conhecido como “Capital do Subúrbio”, “Coração da Zona Norte” e “Berço do Samba”. Conta com uma expansiva variedade de comércio e estabelecimentos, além da diversidade de ramais de trens e ônibus que nos levam a vários pontos da cidade do Rio.
Madureira conta com várias lojas e galerias comerciais, como o Mercadão de Madureira e o Madureira Shopping. Por ser um dos maiores polos comerciais da cidade, é comum atrair pessoas de diferentes bairros em busca de todo tipo de serviços e produtos. Então, quando estiver procurando algo e perguntar a alguém onde encontrar, pode ser que você escute a seguinte frase: “já viu se tem em Madureira?”.
O bairro também é famoso por seu baile charme – um dos mais famosos do país – e possui duas sedes de escola de samba: a Portela e a Império Serrano. Ainda tem o Parque de Madureira, que é o terceiro maior parque da cidade.
A estação de Madureira:
Apesar dos trilhos terem chegado na região em 1858, a Estação de Madureira só foi inaugurada em 1890. Antes disso, a estação utilizada pelos moradores era Cascadura, a cerca de 1 km de distância.
A inauguração da estação ocorreu no dia 15 de junho de 1890 e ela recebeu este nome pois no local existia a Fazenda do Campinho, na Freguesia do Irajá, onde vivia um boiadeiro chamado Lourenço Madureira. Após a morte do boiadeiro, em 1851, a Fazenda Campinho começou a se desenvolver como bairro, recebendo o nome de Madureira.
Em 1923, foi fundada a escola de samba Portela, por Paulo Benjamin de Oliveira. E a inauguração tem a ver com a estação de Madureira, pois Paulo costumava pegar o trem que saía da Central do Brasil às 18h04 rumo à estação Madureira, junto a outros sambistas, ensaiando e cantando sambas. Daí a origem do “Trem do samba”, evento que acontece anualmente em homenagem ao dia do samba, que é em 2 de dezembro.
Atualmente, Madureira é uma das principais estações ferroviárias do subúrbio carioca e possui integração com os ônibus do BRT.
Memórias
Estudante ETEAB:
“Minha primeira vez andando de trem foi bastante embaraçosa, porém as pessoas que estavam na estação me ajudaram muito.
A estação de Madureira é uma das principais do Rio por conta do polo comercial e tem diversos ramais, ou seja, uma facilidade muito grande de se perder. Minha história começa por aí.
Cheguei perguntando para qualquer um que visse qual era o ramal correto para ir para o Maracanã, mas não eram todos que conheciam a estação. Uma pessoa conhecia e me disse que eu precisava ir sentido Central do Brasil; também informou qual era o trem parador – porque meu pai tinha me indicado ir de parador sempre, pois era mais vazio. Mesmo assim o trem estava cheio, já que era a hora do rush (uma palavra que aprendi graça aos andadores de trem). Assim que entrei já perguntei: “esse vai para o Maracanã, né?”. A cada estação que passava eu perguntava para uma pessoa diferente. E eu, avoado que sou, fui com a mochila cheia de coisas nas costas, e toda hora alguém passava e quase me levava junto. Além de incomodar todo mundo, quase cai milhares de vezes. Uma senhora me cutucou e avisou: “olha, melhor deixar sua mochila para frente, ou vai acabar sendo levado com a multidão”. Eu ri super envergonhado e pedi desculpas. Até hoje, mesmo com o trem vazio, já entro com a mochila na barriga”.
Estudante ETEAB:
“Madureira para mim sempre foi um point comercial. Seguindo a lista de prioridades, se não tivesse algo em Campo Grande, onde eu moro, era certo de conferir em Madureira. A experiência mais recente que eu tenho na estação foi quando eu estava atrasada para chegar na escola e, como essa estação faz integração com o trem expresso, se eu fosse bem rápida eu conseguiria pegá-lo, o que não aconteceu. A porta fechou bem no meu rosto, mas aí vem a reviravolta: um desconhecido por quem hoje tenho enorme consideração, segurou a porta para mim. Nem sei como, mas corri tanto que consegui entrar! Infelizmente nem deu tempo de agradecer, ele não entrou no trem, mas foi uma daquelas atitudes simples que você não esquece.”
Realmente, Madureira é nosso lugar, como já disse Arlindo Cruz! Tem muito mais história para contar e como o tempo não para, cada vez mais memórias vão se formando em Madu.
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