Eles já estavam aqui

Autores: Beatriz Antunes, Rebeca Rocha, Hágata Gomes, Samuel dos Santos e Gabriella Fernandes

Um espírito que carrega ancestralidade, residindo em meio à urbanização do Rio de Janeiro, na Zona Norte. A aldeia Maracanã resiste mesmo após anos de genocídio indígena, lutando para tomar posse de algo que já lhes pertence desde muito antes de 1500. 

Imagem retirada de “https://www.theatlantic.com/photo/2013/04”

Originalmente o bairro São Cristóvão era assentado por indígenas tamoios que, posteriormente, guerrearam ao lado dos franceses contra os colonos portugueses. Estes, se aproveitando da inimizade histórica do povo com os temiminós, aliaram-se a eles e tomaram a terra num combate chamado de Uruçumirim (1567). 

Desde então, o território vem sendo constantemente roubado. A Aldeia Maracanã ocupa, hoje, um edifício que já foi dedicado ao Museu do Índio, mas que ficou abandonado desde que o museu foi realocado para o bairro de Botafogo (Zona Sul) nos anos 1970. Desde 2006, o prédio começou a ser ocupado por múltiplos povos. A localidade é considerada sagrada e, agora, abriga cerca de 20 famílias que vivem sem assistência do Estado. Com difícil acesso à luz e outros direitos básicos, a aldeia se defende de despejos e invasões policiais, contando sua história através de cursos, visitas e aulas públicas no local. 

Imagem retirada de “https://www.theatlantic.com/photo/2013/04”

Sendo um pólo que abriga um acervo de escritos, artesanatos e peças têxteis, a Aldeia Maracanã é recheada com as mais diversas culturas, sendo por isso caracterizada como pluriétnica. 

Uma das maiores ironias em relação ao imóvel seria o rumor de que, durante a ditadura, o mesmo já teria sido usado por grupos militares clandestinos em sessões de tortura e execução. Embora a informação não seja confirmada por dados documentados, existem características estruturais que validam a teoria: porões blindados, por exemplo.

Isso torna a ocupação do local ainda mais simbólica, mostrando quantas memórias um ambiente é capaz de abrigar. Uma das que tivemos acesso foi a de Cláudio Muniz, pesquisador da Fiocruz: ele conta que teve a oportunidade de levar garrafas congeladas ao local para ajudar a contribuir com o sistema de energia que estava precário pois não há amparo do Estado. Além disso, ele diz ter ficado ciente de um curso sobre ervas medicinais e diz que o lugar tinha uma ambientação muito tranquila e acolhedora. 

Imagem retirada de agenciabrasil.ebc.com.br

Traz muita infelicidade saber que existem pessoas sendo tratadas como estranhas em sua própria terra, mas traz esperança pensar sobre a coragem de seus espíritos que se recusam a ceder mesmo após tanta luta. É fundamental proteger os nativos pois estes são essenciais para manter o equilíbrio de nosso mundo e precisam de todo apoio possível. 

Imagem retirada de agenciabrasil.ebc.com.br

Esperamos que este texto tenha levado a uma maior compreensão sobre a vida desses povos em contexto urbano e que a vontade de manter viva a memória da aldeia tenha se aflorado em sua mente. É muito importante internalizar que não respeitar a natureza é não respeitar a si próprio. 

 

BIBLIOGRAFIA: Referências

Imagens retiradas do website: 

https://www.theatlantic.com/photo/2013/04/brazilian-police-evict-indigenous-squatter s-from-2014-stadium-site/100491/ 

Professoras: Elisabete Ferreira e Helen Padilha

Turma: GTR 201 

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