A história além da história

Autores: Gustavo da Costa Medeiros, Pedro Cavalcante de Castro, Luiza Martins De Medeiros.

A Quinta da Boa Vista e o Museu Nacional são lugares conhecidos por sua grande relevância histórica durante o Brasil Império, como residência da Família Real. Hoje, desempenham funções diferentes de suas antigas atribuições. O Museu Nacional, por exemplo, guarda uma importante memória social, de ampla significância e, após sua parcial destruição – em decorrência de um incêndio no fim do ano de 2018 – gerou grande indignação na população. 

Quinta da Boa Vista por volta de 1894. Foto de Juan Gutierrez – Biblioteca Nacional

Deixando de lado um pouco do simbolismo e importância histórica tanto do Museu Nacional quanto da Quinta da Boa Vista, pretendemos abordar um pouco da relevância pessoal que estes espaços têm para algumas pessoas, as quais foram entrevistadas pelo grupo. Além das atribuições históricas já conhecidas, esses locais ganham ressignificação a partir das memórias de cada indivíduo, sendo citados pela maioria como local de lazer e diversão em família. No entanto, houve também casos em que uma relação mais próxima com o bairro não ocorria por uma questão espacial, ou seja, por algumas pessoas não terem contato com o bairro de São Cristóvão devido à distância. Seria impossível, então, criar uma relação com a localidade sem residir nela? A resposta é não! Vamos usar nossa própria escola (E.T.E Adolpho Bloch, localizada em São Cristóvão) como exemplo. 

Ainda que a maioria dos alunos e professores não resida nas imediações da instituição de ensino, a escola se tornou um meio de integração entre os estudantes/docentes e o bairro. Sendo assim, muitos atribuíram novas percepções aos locais do bairro com as memórias criadas no ambiente escolar, a partir das idas com colegas à Quinta e as visitas técnicas na região, por exemplo. 

Além disso, aqueles que já possuíam uma visão sobre a região e seus atrativos tiveram a oportunidade de, mais uma vez, acrescentar novas vivências a seus registros.

Podemos observar que todos esses momentos/vivências estão salvos e presentes na memória de cada um e é muito bom ver que, assim como essas lembranças chegaram até nós, podem chegar a qualquer pessoa. Sejam elas filhos, netos, vizinhos etc. Com esse fator, podemos também observar a mudança nas narrativas sobre os ambientes que foram citados, colaborando para que sua história e relevância permaneçam sempre vivas para as novas gerações. 

Desse modo, verifica-se que a história não se trata de algo imutável e que também não se resume somente a apresentar e explicar fatos e acontecimentos históricos. Como tivemos a possibilidade de apresentar neste trabalho, determinados espaços têm sua função mudada de acordo com o tempo e com as necessidades sociais do momento. As narrativas apresentadas demonstram que um espaço que era residência da realeza em tempos passados se tornaram espaços de lazer, diversão, conhecimento etc. 

Tudo aquilo que contribui de alguma forma para a construção da identidade e da nossa memória, tanto individual quanto da nossa memória coletiva (até mesmo como sociedade), diz respeito também à história. Ainda que essas versões nem sempre estejam nas literaturas acadêmicas, também possuem sua relevância tanto quanto as histórias presentes nos livros didáticos.

Pedalinhos no lago da Quinta da Boa Vista. Fonte: Diário do Rio
Museu Nacional antes do incêndio de 2018
Incêndio no Museu Nacional em 02 de setembro de 2018. Fonte: Revista Exame

Professoras: Elisabete Ferreira e Helen Padilha

Turma: GTR 301

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