Um novo começo no Morro do Castelo
Estácio de Sá, fundador da cidade e sobrinho de Mem de Sá, acabou perdendo a vida no ataque aos franceses em 1567, na Batalha de Uruçumirim, onde hoje está localizado o Outeiro da Glória. Pouco depois da batalha, Mem de Sá decidiu transferir a sede da nova cidade para o cume do Morro de São Januário – que depois passou a se chamar do Descanso e, por fim, renomeado como Morro do Castelo – por questões de segurança e, também, seguindo a tradição lusitana de ocupar locais elevados para a fundação de cidades.
Lá de cima os habitantes poderiam ter um controle maior sobre a Baía de Guanabara. E ali foram construídos o Colégio dos Jesuítas, a Igreja Matriz (Sé) e a Igreja de Santo Inácio, além das fortificações necessárias para a defesa da cidade, a Câmara Municipal e os armazéns da Fazenda Real. As construções seguiram as experiências dos colonizadores que, com base nas influências romana, visigótica, cristã, árabe e renascentista – povos que coabitaram a Península Ibérica – imprimiram o padrão construtivo português na cidade que surgia. Essas experiências diversas alimentavam a ideia de uma cidade sempre em movimento, voltada para o futuro, uma cidade ideal que existia para além de sua expressão física.
Assentada no topo, a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro dominava a paisagem. Dali, se observavam os contornos das montanhas e águas calmas ao redor. Os homens e mulheres que habitavam aquele morro davam sentido ao novo. Os casarios de taipa eram ensaios para sonhos de futuro.