Monumento a São Sebastião – Praça Luís de Camões – Glória
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Inaugurada em 1965, no ano do IV Centenário do Rio de Janeiro, uma estátua instalada na praça Luís de Camões (Glória), com 7 metros de altura, homenageia São Sebastião, padroeiro da cidade desde a sua fundação, no século XVI.
Quando o português Estácio de Sá aportou na Baía de Guanabara, em março de 1565, mandou construir nas imediações dos morros Cara de Cão e Pão de Açúcar, uma capela em homenagem a São Sebastião, de quem era devoto. Ali mesmo, diante dos padres Manuel da Nóbrega e José de Anchieta, fundou a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Ao batizar a cidade com o nome do santo católico, Estácio também prestava uma homenagem ao rei de Portugal, o jovem Dom Sebastião, que não só era devoto como nasceu no dia 20 de janeiro, data consagrada a São Sebastião. E a figura do santo esteve presente em diversos momentos marcantes da história do Rio.
Conta-se que em julho de 1566, durante a Batalha das Canoas, nas águas da Baía de Guanabara, uma aparição de São Sebastião empunhando uma espada teria auxiliado a vitória lusa contra a aliança franco-tamoia. Além disso, foi no dia de São Sebastião que os portugueses — em aliança com os povos tupiniquins — expulsaram definitivamente os franceses do Rio de Janeiro, após vencerem a Batalha de Uruçumirim em 20 de janeiro de 1567 — região do atual bairro da Glória, onde a estátua está instalada. Coincidentemente, foi durante esse combate que Estácio de Sá foi ferido por uma flecha envenenada que causou sua morte algumas semanas depois. Seu corpo foi enterrado na mesma capela que criara na ocasião da fundação da cidade.
E em meio a tantas “coincidências”, as flechas também são parte importante da história do santo que, apesar de usualmente ser representado com o corpo cravejado por elas, morreu por espancamento no século III. De origem francesa e nascido no ano 256, Sebastião foi ainda criança para Milão. Quando jovem, alistou-se no serviço militar romano, chegando ao posto de capitão da Guarda Pretoriana — responsável pela guarda pessoal do imperador. Nessa época, o cristianismo era proibido e os cristãos, perseguidos. Sebastião era cristão e se valia de seu posto para levar conforto aos prisioneiros que professavam a mesma fé. Porém, foi descoberto pelo imperador Diocleciano que ordenou sua morte por flechadas. Sebastião sobreviveu e foi socorrido por uma cristã — que viria a ser canonizada como Santa Irene de Roma.
Após a recuperação, dirigiu-se novamente ao imperador para interceder pelo fim dos ataques aos cristãos. Diocleciano ignorou as suas súplicas e, inclemente, ordenou que Sebastião fosse morto por espancamento e seu corpo fosse jogado nos esgotos da cidade.
O martírio de São Sebastião fez com que ele fosse aclamado como santo pela multidão de cristãos que assistiram à sua morte. Entretanto, a canonização oficial aconteceu somente no século IV, após o imperador Constantino (306-337) conceder liberdade de culto ao cristianismo.
A estátua que fica no bairro da Glória é obra dos escultores Dante Croce, Curzio Zani e Arnaldo Valilo, e foi inaugurada em 1965. A ideia era lançá-la no dia 20 de janeiro, mas, devido a um atraso na conclusão do monumento, na ocasião um molde de gesso com metade do tamanho substituiu a estátua oficial, que só foi instalada meses depois, em agosto de 1965.