Vôlei

Inventado em 1895 nos Estados Unidos, o voleibol ou vôlei chegou ao Brasil duas décadas depois. Desde então, o Rio de Janeiro tem sido uma das cidades mais importantes em seu desenvolvimento, difusão e popularização. Seja nos clubes, nos parques ou nas praias, o vôlei é um dos esportes mais praticados por cariocas.

O vôlei foi criado por William George Morgan, então diretor de Educação Física da Associação Cristã de Moços (ACM) da cidade de Holyoke, estado de Massachusetts (EUA). Inicialmente chamado de minonete ou mintonette, foi pensado para substituir o basquetebol (criado em 1891) e seu excesso de contato físico na rotina de práticas esportivas de homens de meia-idade. Morgan teve a ideia, então, de reunir em uma só atividade características de outros esportes, como o basquete e o tênis. A partir de 1896, cunhou-se o nome volley ball.

Por conta dos núcleos internacionais da ACM espalhados por outros países, nos anos 1900 o vôlei já circulava o mundo. Após os EUA, o Canadá foi o primeiro país a registrar a prática. Na América do Sul foi o Peru, em 1910. No Brasil, há duas possíveis portas de entrada: uma no Colégio Marista de Recife, em 1915; a outra na cidade de São Paulo, na Associação Cristã de Moços, em 1916.

           Equipe masculina do 1º Torneio Sul-americano de Vôlei – site Procrie

O Fluminense Football Club, no Rio de Janeiro, foi um dos primeiros clubes a realizar um torneio aberto de vôlei, nos anos 20. O objetivo era difundir o esporte fora das ACMs. Em 1951, o clube foi pioneiro novamente, ao sediar o 1º Torneio Sul-americano de Vôlei, que terminou com as esquipes masculina e feminina do Brasil campeãs.

Equipe masculina do 1º Torneio Sul-americano de Vôlei – site Procrie

Em 1938, foi fundada a Liga de Volley-Ball do Rio de Janeiro. Entre os signatários estavam América Football Club, Clube de Regatas Botafogo, Clube de Regatas do Flamengo, Clube de Regatas Vasco da Gama, Clube dos Tabajaras, Grajaú Tênis Clube, São Cristóvão Atlético Clube e Tijuca Tênis Clube. Posteriormente, a liga se tornaria Federação Metropolitana de Volley-Ball. Em 1976, virou Federação de Volleyball do Estado do Rio de Janeiro (FEVERJ), filiada à Confederação Brasileira de Voleibol, criada em 1954.

A profissionalização do vôlei nacional começou na década de 1980, quando o presidente da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), Carlos Arthur Nuzman, sugeriu que o esporte adotasse o modelo clube-empresa, já empregado na Itália e no Japão. Uma das personagens mais importantes na história do voleibol brasileiro, o empresário Antônio Carlos de Almeida Braga (o Braguinha), abraçou a ideia e criou seu próprio clube: o Atlântica Boavista, treinado por Bebeto de Freitas.  Após o êxito de Braguinha e seu Boavista, diversas empresas aderiram ao formato e passaram a investir em times de vôlei, como Pão de Açúcar, Transbrasil, Sadia, Supergasbrás e Banespa.

Contam-se muitas histórias sobre o folclórico Braguinha, sempre com sua dedicação ao vôlei como ponto comum. Segundo Bebeto de Freitas, em 1981 jogavam no Boavista nove dos doze atletas da Seleção Brasileira – os outros três jogavam no paulista Pirelli. Um dia, após uma vitória do clube carioca, o Pirelli tentou adquirir dois jogadores adversários. Braguinha os teria liberado imediatamente. Questionado pelo treinador, teria respondido: “Ô garoto, vai trabalhar, porque para eu pagar o seu salário você tem de ter adversário”.

Bernard Rajzman (Atlântica-Boavista) corta e William Carvalho e Amauri Ribeiro (Pirelli) tentam o bloqueio. Facebook Geração de Prata – Ídolos do Vôlei

O Rio de Janeiro produziu alguns dos nomes mais importantes do vôlei brasileiro. Entre eles Bernardinho, Bernard, Fernandão e Badalhoca, jogadores da chamada Geração de Prata – vice-campeã dos Jogos Olímpicos de Los Angeles (1984) e primeira medalha olímpica para o vôlei masculino do país em Olimpíadas. São do Rio também outros grandes nomes do esporte, como Nalbert, Thaísa e Fabi Alvim – as duas últimas, campeãs da Olimpíada de Pequim (2008).

Geração de Prata – Los Angeles, 1984. Site O Vôlei brasileiro no mundo

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