Futsal

Há duas versões sobre a invenção do futebol de salão, ambas com origem na Associação Cristã de Moços (ACM). A mais famosa diz que o esporte foi criado em 1934 na sede de Montevidéu, no Uruguai, pelo professor Juan Carlos Ceriani. A brasileira: foi o braço de São Paulo da associação que deu os primeiros toques, em 1940, no que viria a ser conhecido como futsal. Por falta de campos de futebol livres para praticar sua ‘pelada’, jovens frequentadores da ACM paulista passaram a usar as quadras de basquete e hóquei.

Matéria do jornal Diário Carioca, 12/08/1942. Hemeroteca da Biblioteca Nacional

As partidas de futebol de salão são jogadas por cinco pessoas de cada lado, em quadras de cimento ou taco, em dois tempos de 20 minutos. Não existe impedimento e algumas regras do futebol de campo foram adaptadas para dar velocidade ao jogo, como o arremesso lateral, que era batido com as mãos e hoje é realizado com os pés. As bolas eram de cortiça granulada, serragem ou crina vegetal, mas como eram muito leves passaram a ser confeccionadas em forma menor e com materiais mais pesados.

Futsal feminino nos jogos estudantis. Foto de Alberto Jacob Filho. Site Multi Rio

A modalidade foi reconhecida como esporte no Rio de Janeiro, onde em 28 de julho de 1954 surgiu a primeira associação oficial de futsal do país, a Federação Metropolitana de Futebol de Salão (atual Federação de Futebol de Salão do Estado do Rio de Janeiro). Três anos depois, o então presidente da Confederação Brasileira de Desportos (CBD), Sylvio Pacheco, criou o Conselho Técnico de Assessores de Futebol de Salão.

O futsal logo caiu nas graças dos clubes sociais cariocas, muito frequentados pela elite de então. A manutenção era mais fácil no futebol de salão, já que as quadras eram menores e não precisavam do cuidado com a grama. O esporte se tornou uma espécie de celeiro que abastecia – juntamente com as ‘peladas’ de rua – os times profissionais de futebol de campo do Rio. Nos anos 1960 e início dos 1970, quando o futsal viveu o seu auge, clubes como Mello Esporte Clube, Mackenzie, Vila Isabel e Carioca cediam craques para Flamengo, Vasco, América, Fluminense e Botafogo.

A maioria acabava voltando para o futebol de salão, como ocorreu com Falcão, considerado o melhor jogador de futsal do mundo. Seu estilo veloz, criativo e livre não se adaptou bem ao tamanho do campo de futebol tradicional. Já Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho deram os primeiros chutes nas quadras de futsal e acabaram virando fenômenos nos campos.

Falcão na premiação da medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de 2007. Wikimedia Commons

Em 1965, o esporte já havia se difundido por toda a América do Sul, resultando na criação da Confederação Sul-Americana de Futebol de Salão, composta por Uruguai, Paraguai, Peru, Argentina e Brasil. Ao mesmo tempo, o futsal concorria com as ‘peladas’, ainda mais velozes, criativas e livres. E, aos poucos, foi se transformando numa forma de domesticação do jogo, pois exigia ordem, disciplina e uniformes – como o futebol tradicional.

Nos anos 1970, o Rio de Janeiro viveu uma crise econômica que abalou a existência dos clubes sociais, antecipando o fim dos times de futsal cariocas. Estados como São Paulo e Rio Grande do Sul mantiveram o esporte em alta no país, investindo na formação de jogadores e na realização de campeonatos. Após ser vinculado à FIFA, em 1989, o futebol de salão passou a contar com torneios profissionalmente organizados, aspecto que permitiu à modalidade alcançar visibilidade mundial.

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