Mercado da Candelária
Em 1840, o abade Louis Compte fez a primeira imagem em daguerreótipo da cidade do Rio: o Antigo Mercado da Candelária, popularmente conhecido como Mercado da Praia do Peixe, próximo ao Paço Imperial.
A construção do mercado que precedeu o tradicional Mercado Municipal da Praça XV foi decidida pela câmara municipal em 1834, com o objetivo de controlar as vendas de ambulantes, realizadas principalmente pelos escravos de ganho. Foi projetado por um dos membros da Missão Artística Francesa, o arquiteto Grandjean de Montigny, no mesmo ano, mas só ficou pronto em 1841. Levantado à beira-mar, sob fiscalização do vereador Manuel Teixeira da Costa e Silva, ele oferecia ao largo do Paço um aspecto mais nobre e organizado para o comércio na região.
O Mercado da Candelária ficava perto do Cais Pharoux, num prédio quadrilátero amplo e arejado. Possuía 16 janelas em cada fachada e 4 portas por onde entravam os clientes. Em seu centro, havia um belo chafariz de pedra, decorado com 4 golfinhos de bronze. Em 1869 e 1870, ganhou mais um andar e mais 3 pavilhões anexos.
Ali, se vendia de tudo, desde peixes, verduras frescas, ervas medicinais, ovos, bebidas, objetos diversos, até animais de várias espécies da fauna brasileira. Era um lugar de grande concentração de pessoas, muito movimentado e importante para o Rio de Janeiro da época.
No início do séc. XX, o Mercado da Candelária entrou em decadência; foi vítima de uma série de incêndios, além das inúmeras reclamações da população sobre suas condições precárias até que, em 1911, foi demolido. Em seu lugar, hoje se localizam o centro de convenções da Bolsa do Rio e o centro administrativo do Tribunal de Justiça. O Mercado Municipal, inaugurado em 1907, substituiu a função do Mercado da Candelária. Mas ele também foi demolido para dar lugar ao elevado da Perimetral, em 1963, que por sua vez, foi destruído em 2013.
Quantas destruições, né? E são muitas as histórias de demolição de importantes edificações e patrimônios históricos da nossa cidade…Será que precisamos destruir sempre para colocar outra coisa no lugar? Não é possível pensar numa cidade mais sustentável, que preserve a sua história, a sua memória e o seu patrimônio?