Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé
Essa placa faz parte de um circuito de 12 lugares no entorno da praça XV
A Igreja de N. Sra. do Carmo foi palco de alguns dos mais importantes acontecimentos do país no sec. XIX. Sua história começa com uma pequena ermida erguida no local pelos beneditinos e dedicada à Nossa Senhora do Ó, logo no início da ocupação portuguesa.
A ermida foi doada aos carmelitas quando estes chegaram ao Brasil em 1590 e ela foi transformada na Capela da Ordem do Carmo.
No início do século XVII (1619), os frades iniciaram a construção do Convento do Carmo, ao lado da capela, com 2 andares e 26 janelas, que está lá até hoje (uma das poucas construções coloniais que sobreviveu às reformas urbanas).
Já a ermida acabou desabando durante uma cerimônia e, sobre suas ruínas, foi erguida a atual Igreja N. Sra. do Carmo, inaugurada em 1761, quase ao mesmo tempo que a igreja da Ordem Terceira, sua vizinha (conforme o costume da época, a igreja dos irmãos terceiros era construída próxima das igrejas conventuais).
Em 1808, quando da chegada da Corte Real Portuguesa, em função da sua localização estratégica no Largo mais importante da cidade, Dom João VI decidiu elevá-la à Capela Real transferindo para lá a Sé da cidade e requisitou o convento para abrigar a rainha Dona Maria I e sua comitiva.
Após a Independência, a Igreja tornou-se Capela Imperial até a Proclamação da República, quando ela foi remodelada e convertida em Catedral pelo Cardeal Arcoverde. E assim permaneceu até a inauguração da Catedral Metropolitana, em 1976.
A Igreja N. Sra. Do Carmo presenciou vários acontecimentos históricos como a Aclamação de Dom João VI como rei (1818), as Coroações dos Imperadores Dom Pedro I (1822) e Dom Pedro II (1841) além dos casamentos e batizados da família imperial.
Em dezembro de 1903, os resíduos mortais de Pedro Álvares Cabral foram trazidos de Portugal e depositados numa urna dupla de chumbo e madeira que fica na cripta, junto com os restos mortais do Cardeal Arcoverde. Ao lado da cripta está localizado o sítio arqueológico.
A Igreja foi tombada em 1941 pelo IPHAN e restaurada entre 2006 e 2008.