Arco do Teles

Quem passa pelo Arco do Teles no Centro do Rio embarca numa viagem de volta ao Brasil Colônia. A construção, datada de meados do século XVIII, liga a Praça XV à rua do Ouvidor, sobreviveu aos processos de urbanização do centro e foi tombada como Patrimônio Histórico pelo IPHAN em 1938.

Arco do Teles no século XX. S/d. José Joaquim de Sousa. Acervo Biblioteca IBGE

A história do Arco começou por volta de 1740, quando a construção da Casa dos Governadores (atual Paço Imperial) valorizou muito a região. Diante disso, o juiz português Francisco Telles de Menezes (o “juiz dos órfãos”) comprou alguns terrenos do outro lado da Praça XV e encomendou a José Alpoim – arquiteto responsável pela obra do Paço – a construção de um conjunto de luxuosas casas. Edificados sobre um arco, permitindo a passagem entre a Praça e o Beco do Comércio, o local passou a ser conhecido como Arco do Teles, em referência ao proprietário.

Detalhe da gravura “Vista do Paço Imperial”, de Debret (c. 1830). Do lado direito, é possível identificar o Arco do Teles. Imagem em domínio público

No início, a família Telles de Menezes residiu nas casas sobre o Arco mas, a partir de 1759, o prédio passou a ser utilizado pelo Senado da Câmara. Em 1790, um incêndio destruiu a construção e o arquivo do Senado, causando a perda de importantes documentos históricos sobre as doações e posses de terra na cidade. Depois da tragédia, apesar das reformas dos prédios, a passagem do Arco se tornou local de moradia para moradores de rua, malandros e prostitutas.

O Largo do Paço com o Arco do Teles. Gravura de Louis Buvelot, c. 1845. Acervo BN Digital

O abandono do lugar fez surgir algumas histórias que mais parecem lendas urbanas. Uma delas mistura ficção e realidade e conta sobre uma jovem portuguesa conhecida como Bárbara dos Prazeres (apelido advindo da imagem de Nossa Senhora dos Prazeres, colocada no interior do Arco). Ela chegara ao Brasil no fim do século XVIII, com cerca de 20 anos e, após matar seu marido e seu amante, teria passado a viver como prostituta nos arredores do Arco do Teles, ainda antes do incêndio. Ao envelhecer, Bárbara teria recorrido aos rituais de magia, em que bebia o sangue de crianças e animais para resgatar a sua juventude, beleza e dinheiro, ficando conhecida, também, como “A Onça”.

Arco do Teles em ilustração de José Wasth Rodrigues para O Rio de Janeiro no Tempo dos Vice-Reis, de Luís Edmundo. Imagem retirada do Blog Literatura e Rio de Janeiro

Histórias assustadoras à parte, cruzar o Arco do Teles é um mergulho na história do Rio. Hoje, o Arco é muito frequentado pelas festas, bares e restaurantes que existem na região.

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