Chafariz do Mestre Valentim

Instalado no largo do Paço em substituição ao chafariz construído pelo engenheiro português José Fernandes Pinto Alpoim por volta de 1747, o chafariz do Mestre Valentim foi inaugurado em 1789, com aproveitamento de materiais da construção anterior – como as cantarias.

Thierry Frères (a partir de Jean-Baptiste Debret) Vista da Praça do Palácio – 1839. No centro da imagem, o chafariz do mestre Valentim

Um dos símbolos do barroco carioca, o chafariz do Mestre Valentim foi erguido a partir da sobreposição de dois sólidos geométricos: a parte inferior, o ‘corpo’, tem formato de prisma com as quinas arredondadas; sobre ele, no patamar acima, há uma forma piramidal. Por este motivo, ele também é conhecido como chafariz da Pirâmide.

Chafariz do Mestre Valentim; ao fundo, lateral do Mercado da Praia do Peixe – 1870 c. Instituto Moreira Salles

O corpo prismático é rodeado por uma balaustrada – espécie de ‘grade’, neste caso feita em pedra – que funcionava como guarda corpo às pessoas que subiam até a parte de cima, por meio de uma escada no interior do chafariz. A pedra que predomina na construção é o granito, bem comum em diversos edifícios históricos do Rio, e alguns detalhes da cantaria são feitos de gnaisse branco (pedra de galho), que oferecem contraste com a pedra acinzentada. 

O corpo prismal, o topo piramidal e os detalhes do chafariz. Imagem: Carlos Luís da Cruz/IPatrimônio

Como esta é uma obra do século XVIII, período em que o Brasil era colônia de Portugal, podemos observar elementos que remetem à coroa portuguesa representados no chafariz. Um deles é a esfera armilar que fica no topo da pirâmide. Instrumento fundamental e símbolo da tecnologia náutica portuguesa do período das chamadas “grandes navegações”, a esfera armilar tornou-se parte importante do brasão de armas português desde o século XV e, por isso, a vemos em diferentes construções espalhadas pela cidade. Ainda hoje, a esfera armilar compõe o brasão de armas do Rio de Janeiro.

A construção de chafarizes no Rio séculos atrás foi a solução para o histórico problema de abastecimento de água. No caso da obra do Mestre Valentim, além de estar localizada em um dos principais portos do período colonial – à época, o mar chegava até as escadarias do chafariz –, as águas canalizadas que desciam do Aqueduto da Carioca (os arcos da Lapa), chegavam às bicas nas faces laterais da construção, conforme pode ser visto no destaque da imagem.

Johann Jacob Steinmann, Largo do Paço – 1839. À direita, indicadas pela seta, estão as bicas do chafariz. Pinacoteca do estado de São Paulo

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