Grande Templo Israelita
Você sabia que a região da praça Onze, o berço da “Pequena África”, recebeu também o apelido de “Bairro Judeu”, devido à expressiva comunidade judaica que lá existia?
Entre o final do séc. XIX e a década de 1940, imigrantes judeus de várias regiões do globo atravessaram o Atlântico em busca de melhores condições de vida. Fixaram-se na praça Onze e ali ocuparam cortiços e sobrados onde moravam e desenvolviam diversas atividades econômicas: lojas de produtos “kosher”, açougues, escolas, bibliotecas, associações assistenciais, teatros e tipografias.
Não havia um grande templo que unisse judeus de diferentes ritos em uma única sinagoga como um local de culto, casa de estudos e espaço congregacional. Então, nas proximidades da praça da Cruz Vermelha, foi erguido o Grande Templo Israelita, conhecido como “Sinagoga da Rua Tenente Possolo” (antes dele, há o registro de uma sinagoga em um sobrado localizado na Praça da República em 1840).
O Grande Templo foi idealizado por Jacob Schneider, um dos mais importantes líderes da comunidade judaica, responsável pela criação do periódico Gazeta Israelita. Para angariar fundos para a construção, pedras com os nomes dos profetas judeus que integram o prédio foram vendidas em leilão além de campanhas de contribuição e venda de títulos de sócio-fundador.
Em um concurso, o projeto escolhido foi o do arquiteto italiano Mário Vodret, posteriormente adaptado pelo arquiteto italiano e judeu Guido Levy. Em estilo eclético e inspirado na arquitetura monumental das sinagogas de Trieste e de Florença, o edifício religioso com torres de 26 m foi inaugurado em 1932, depois de 7 anos de obras. Sua pedra fundamental foi colocada pelo então presidente da República, Washington Luiz.
O empresário de comunicação Adolpho Bloch foi um de seus importantes mantenedores e responsável pela última grande reforma. Em 1987, o edifício foi tombado pela prefeitura. Atualmente, são realizadas as principais cerimônias religiosas e é aberto para a visitação pública mediante agendamento.