Estátua de Bellini

Então está combinado! A gente se encontra na estátua do Bellini.” 

Tradicional ponto de encontro de torcedores em dias de jogo no Maracanã e de visitação turística no Rio de Janeiro, o monumento “Aos Campeões Mundiais de Football” — ou “estátua do Bellini”, como é mais conhecida — foi concebido, inicialmente, como homenagem ao capitão e à seleção brasileira que conquistou o primeiro campeonato mundial para o Brasil, na Suécia, em 1958. 

Monumento aos campeões mundiais de futebol em 1969. Foto: site Cariocadorio

Hilderaldo Luís Bellini se destacou como zagueiro do Vasco da Gama (1952-1962), quando foi convocado para a Copa do Mundo de 1958. Era um zagueiro clássico, estilo “xerifão”. Sobre seu estilo de jogo, Nelson Rodrigues escreveu com ironia: “Na defesa, Bellini chutava até a bola“. Seja pelo estilo, ou pela liderança, foi escolhido como capitão de uma seleção que contava com nomes como Nilton Santos, Zito, Didi, Zagallo e Pelé.

O escrete de 1958. Foto: site Museu da Pelada

Obra do artista plástico Matheus Fernandes, professor do Instituto Municipal de Belas Artes, a estátua foi confeccionada em bronze, mede 9 metros de altura e pesa cerca de 3 toneladas. A imagem retrata um jogador de futebol de pé sobre um globo de granito, segurando em uma das mãos uma bola e, na outra, com o braço erguido, a taça Jules Rimet, troféu que premia o vencedor da Copa do Mundo da FIFA. Este conjunto se encontra sobre um pedestal de pedra.

Wikimedia commons

A ideia de homenagear os campeões mundiais de 1958 ganhou força no início do ano de 1960, impulsionada pelo Jornal dos Sports e pelo programa de rádio, Noite de Gala, patrocinado pela rede de eletrodomésticos Rei da Voz. Apesar de até hoje não haver certeza de quem foi o idealizador da homenagem, é fato de que ambos patrocinaram sua realização. 

Face frontal do pedestal da estátua – placa com os patrocinadores da homenagem. Foto: Matheus Avellar

A estátua foi inaugurada no dia 13 de novembro de 1960, na Avenida Maracanã, em frente a uma das rampas de acesso ao estádio. Em cerimônia que contou com diversos jogadores campeões do mundo, João Havelange, então presidente da Confederação Brasileira de Desportos, e os patronos da homenagem, o Jornalista Mário Filho — diretor do Jornal dos Sports — e o empresário Abraham Medina, proprietário das lojas Rei da Voz.  

Cerimônia de inauguração do monumento contou com diversos jogadores campeões na Suécia, João Havelange, Mario Filho e Abraham Medina. Arquivo Pessoal

Apesar de consagrada na memória popular como estátua do Bellini, a falta de semelhança entre o rosto do capitão da seleção de 1958 e o rosto retratado na estátua alimentam certa polêmica. Há quem diga que o rosto retratado seria do cantor Francisco Alves — conhecido como o Rei da Voz, mesmo nome da rede de lojas que patrocinou a confecção da estátua. Há ainda quem garanta que o rosto pertence ao jornalista Hamilton Sbarra, a quem o autor, Matheus Fernandes teria solicitado uma fotografia para servir de modelo para a cabeça da peça. Independente da controvérsia sobre o rosto, é sabido que o zagueiro Bellini chegou a posar em pelo menos em duas sessões para o escultor.  

O Gesto eternizado: Bellini erguendo a taça Foto: Giuseppe Bizzarr (esq.) e O Cruzeiro/EM/D.A Press (dir.)

Controvérsias à parte, o monumento eternizou o gesto — até então inédito — do capitão Bellini, que inaugurou uma época de hegemonia do futebol brasileiro no contexto mundial, coroada com as conquistas de 1962 e 1970, ajudando o país a se livrar — no campo futebolístico — do que Nelson Rodrigues chamou de complexo de vira-latas. Em 1998 e 2011 foram adicionadas novas placas ao pedestal da estátua com os nomes dos campeões mundiais de 1962, 1970, 1994 e 2002, que passaram, também, a ser homenageados pelo monumento. 

Detalhes das placas de bronze no pedestal. Foto: Matheus Avellar

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