A zona fabril da cidade

A instalação das fábricas na área da Maré teve seu auge nas décadas de 1940 e 1950. Esse histórico fabril pode ser notado até os dias de hoje, com a Refinaria de Manguinhos, inaugurada em 1954, e a Aires Metalúrgica, no pé do Morro do Timbau.

Metalúrgica Aires vista a partir da Nova Holanda. Fundo Anthony Leeds, COC-FIOCRUZ.

Nesse período, muitos migrantes chegaram ao Rio após cruzar longas distâncias, amontoados nos famosos caminhões “paus de arara”, que percorriam as rodovias e desembocavam na avenida Brasil, construída justamente nessa época. Outro modo de chegada desses migrantes era à bordo dos Ita — como eram chamados os navios a vapor pertencentes à Companhia Nacional de Navegação Costeira —,  vindos do norte do país. Desde o fim do século XIX, os subúrbios do Rio de Janeiro vivenciavam um processo de instalação de indústrias: bairros como Gávea, Jardim Botânico, Bangu e Del Castilho receberam grandes fábricas, que se instalavam nessas áreas em busca de terrenos próximos às fontes de água e mão de obra.  

Migrantes nordestinos embarcam no “pau de arara”, em maio de 1958. Arquivo Nacional. Fundo Correio da Manhã.

Mas a instalação dessas fábricas de modo disperso pela cidade, tornou-se um problema no fluxo de matéria prima, fornecimento de energia e escoamento da produção. Uma solução apontada foi a centralização da indústria em uma mesma área. Essa proposta foi apresentada pelo urbanista francês Alfred Agache, em 1930, na ocasião da elaboração do plano Cidade do Rio de Janeiro Remodelamento, Extensão e Embelezamento — conhecido como Plano Agache.

No plano, parte da orla norte da cidade seria aterrada e destinada ao Bairro Industrial, localizado em partes do atual território da Maré. Aproveitando a proximidade do porto, com passagem das estradas de ferro e rodovias em construção, a ideia era facilitar o transporte de mercadorias para todas as regiões. Os bairros operários da área forneceriam a mão-de-obra necessária. 

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