Convento de Nossa Senhora do Carmo
O Convento de Nossa Senhora do Carmo, situado em frente ao Paço Imperial, é uma das mais antigas construções do Rio de Janeiro e um marco do período colonial.
Tudo começou com o Frei Pedro Vianna que, depois de fundar o Convento do Carmo na cidade de Santos em 1589, veio com outros carmelitas para o Rio. Os frades receberam, por doação, a Capela de Nossa Senhora do Ó e algumas braças de terra no entorno da Praia de Nossa Senhora do Ó – uma das diversas denominações da atual Praça XV. Nas primeiras décadas do século XVII, no terreno contíguo à capela, os carmelitas iniciaram a construção de seu convento que, ao longo do tempo, sofreu inúmeras intervenções e reformas. A pequena capela deu lugar à igreja conventual, construída a partir de 1761.
Com a chegada da corte portuguesa em 1808, o convento foi requisitado para hospedar a rainha D. Maria I e seu séquito. Na ocasião, os carmelitas perderam também sua igreja, transformada em Capela Real e Sé do Reino por conta da proximidade com o Paço Real – antigo palácio dos vice-reis e moradia de D. João VI por um breve período.
Por volta de 1840, parte do antigo convento passou a abrigar o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, que permaneceu ali até 1896. Em 1856, por conta da abertura da rua do Cano (atual 7 de Setembro), parte do convento que se ligava à igreja conventual foi demolida. Um passadiço foi erguido entre as duas construções, a fim de facilitar o acesso interno.
Em 1902, o governo republicano cedeu o prédio à Sociedade Brasileira de Instrução, primeira instituição de educação privada do país, pertencente aos advogados Cândido e Fernando Mendes de Almeida e posteriormente mantenedora da Universidade Cândido Mendes.
A Faculdade de Direito da Universidade Cândido Mendes ocupou o local por mais de 100 anos. Na década de 1970, a Universidade recebeu autorização do governador Chagas Freitas (1970-75) para erguer um prédio de mais de 40 andares, anexo ao convento. Apesar dos protestos contra a construção da torre, sob argumentação de descaracterizar o entorno, o projeto foi aprovado e o prédio está lá até hoje.
Em 2011 o governo do estado retomou o convento e passou a guarda para a Procuradoria Geral do Estado (PGE), responsável pelas obras de reforma e restauração do imóvel. Em 2022, foi inaugurado o Centro Cultural da PGE, que oferece diversas atividades de acesso gratuito, incluindo exposições temporárias, uma exposição permanente relacionada à história do próprio Convento e aos achados arqueológicos (mais de 6 mil itens) encontrados durante a reforma do edifício, um ciclo permanente de debates sobre temas de interesse público com especialistas do Brasil e do exterior, além de outras iniciativas e atividades do Centro de Estudos da PGE.