Ciclismo

O vento no rosto, a independência nos pés e a explosão de beleza do cenário são apenas alguns dos motivos que levam milhares de cariocas, todos os dias, às ruas da cidade pedalando suas bicicletas. No Rio de Janeiro, as ‘magrelas’ são mais que um meio de transporte, mais que um esporte. São um estilo de vida. 

Pedal da Paz no Parque Madureira, 2019. Site Bike na Pista

Não há dados oficiais sobre a chegada do velocípede (como era chamado na época) ao Rio, mas registros de jornais mostram que os primeiros modelos teriam sido importados da França nos anos 1880. Eles eram usados em competições nos clubes esportivos, famosos por organizarem corridas a pé. A bicyclette já apresentava estrutura semelhante aos modelos atuais, com tração feita por correntes na roda traseira.  

O ciclismo se infiltrou na cidade como uma prática esportiva alinhada aos ideais de progresso e modernidade importados da Europa e, assim como no turfe, as apostas em dinheiro atraíam para o esporte a elite carioca. O primeiro espaço dedicado exclusivamente ao ciclismo foi criado em 1892: o Velódromo Nacional, na Rua do Lavradio, logo seguido por outros velódromos espalhados pela cidade. Também no final do século XIX, surgiram as primeiras sociedades ciclísticas e, em 1897, iniciaram suas atividades o Bicyclette Club, na Quinta da Boa Vista, e o Velo-Club, na Praça da República. Este último usava o espaço do velódromo para suas atividades e organizava passeios ciclísticos ao ar livre, como o grande cortejo de 4 de julho de 1897, do Centro a Botafogo.  

A bicicleta seria, por décadas, um símbolo de status para a alta sociedade, em parte por conta de seu alto custo e, em parte, pela dificuldade de se pedalar fora dos clubes esportivos. As ruas do Rio, esburacadas e perigosas, não eram páreo para as frágeis ‘magrelas’ europeias. Com o tempo, aumentaram a importação em escala comercial e a criação de lojas especializadas em conserto e revenda de bicicletas usadas. Os preços começaram a cair e os próprios clubes passaram a alugar suas ‘magrelas’ por hora e a oferecer lições de ciclismo, criando um novo e vasto público para a modalidade. 

Largada de prova ciclística de Copacabana. Correio da Manhã/Arquivo Nacional. Foto retirada do site Saudades do Rio

Seja para se locomover pelo bairro, ir e voltar do trabalho, aproveitar as áreas de lazer da cidade ou se exercitar na Vista Chinesa, ciclistas solitários e em grupos fizeram do esporte um dos mais identificados com o Rio. Na ilha de Paquetá, onde carros não são bem-vindos, a bicicleta é o meio de transporte principal. Na orla, grupos organizados pedalam juntos durante a madrugada (alguns sem roupa!) e famílias em suas bicicletas lotam a cada fim de semana o Parque Madureira.  

A topografia da cidade convida à prática das várias modalidades sobre duas rodas, como Mountain Bike, ciclismo de estrada, BMX ou mesmo o Freeride – uma das modalidades mais radicais, que surgiu há menos de 20 anos e já tem muitos adeptos. Curtam as emoções do Freeride neste video do Canal OFF:

O Rio tem três Áreas de Proteção ao Ciclismo de Competição (APCC): o circuito Pedro Nikolay, com sete quilômetros, no Aterro do Flamengo; o circuito Guilherme Paiva, com oito quilômetros, no Recreio dos Bandeirantes; e o “Percurso Marcos Hama”, que tem  11 quilômetros, inaugurado em dezembro de 2019, na Região Portuária. Seu nome é em homenagem ao ciclista e triatleta Marcos Hama, que se acidentou gravemente na Rodovia Rio-Magé, em 2011, quando treinava para o Iron Man. São 26 quilômetros dedicados ao treinamento de ciclistas, além de outras trilhas com visuais incríveis que só o Rio pode oferecer. Dá uma conferida nessas opções aqui, escolhe uma e vai lá!

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