A fundação do MAM

A criação do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro é mais um dos momentos em que a cidade renova sua paisagem e amplia seu diálogo com o mundo. Fruto do incremento do colecionismo nacional de artistas modernos em um período de pós-guerra na Europa, a fundação de uma instituição que colecionaria e exibiria a arte do século XX, em especial as de vanguarda, faz com que o meio das artes visuais cariocas finalmente deslocasse a ênfase acadêmica da Escola e do Museu Nacional de Belas Artes em direção a um novo momento. 

Trator prepara o terreno para a construção da sede do MAM. Fotógrafo não identificado, 1954. Fonte: MAM

Em diálogo com a criação de museus com o mesmo perfil em outras cidades (seu modelo foi a fundação do MoMA de Nova York em 1929), o MAM nasce como entidade civil, cujo grupo de intelectuais sediados no Rio – como o presidente Raimundo Castro Maya, além de Manuel Bandeira, Rodrigo Melo Franco de Andrade e Quirino Campofiorito – criam em 1948 sua ata inaugural. Em 1951, ano da primeira Bienal Internacional de Artes de São Paulo, o MAM já realiza exposições – inicialmente no prédio do Banco Boa Vista (um projeto de Oscar Niemeyer), localizado na Avenida Presidente Vargas, na altura da Candelária. Em 1952, ainda sem sede definitiva, se instala no Palácio Gustavo Capanema, prédio modernista do Ministério da Educação. No mesmo ano, obtém a doação da prefeitura e a licença da Câmara dos Vereadores para ocupar um terreno de quarenta mil metros quadrados, localizado no aterro da praia de Santa Luzia, nas bordas da Baía da Guanabara. 

Sua Diretora-executiva e nome forte da recém-criada instituição, Niomar Muniz Sodré, encomenda ao arquiteto Affonso Eduardo Reidy o projeto da nova e definitiva sede, realizado em 1953. Com o início das obras em 9 de dezembro de 1954, seu primeiro conjunto de prédios – o famoso Bloco-Escola – é inaugurado com a presença do Presidente Juscelino Kubitscheck em 27 de setembro de 1958. Até a conclusão do Bloco de Exposições, em 1967, todos os eventos do museu — mostras, cursos, seminários e cinemateca — ocorrem nesse espaço. 

Segundo pavimento do Bloco Escola. Fonte: MAM

Com a direção ativa de Niomar e a participação de diversos segmentos do meio cultural carioca, o MAM se torna, em pouco tempo, um epicentro de arte, cultura e saber, exibindo grandes exposições de nomes internacionais que atualizaram o meio artístico local. Seus espaços comuns, como o famoso café e cantina, além dos diversos cursos oferecidos e conferências, ampliaram as trocas geracionais e entre áreas – como o diálogo produtivo que se instalou entre as artes visuais, o design e o cinema. Nas décadas seguintes, o MAM seguiu como espaço fundamental para a produção estética e intelectual da cidade, fazendo de sua localização privilegiada entre prédios e jardins modernistas – ainda mais após a inauguração do conjunto do Parque do Flamengo (conhecido popularmente como Aterro) – um campo de experimentações públicas frequentado por toda a população. 

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