Rio de Janeiro, cidade velha

No mesmo território em que surgiu a Nova Lisboa, o antigo Rio de Janeiro e suas tradições continuavam existindo. Enquanto o Rio representava a barbárie, o atraso e manutenção de hábitos e costumes coloniais, a Nova Lisboa se configurava como o espaço da civilização. 

A instalação da Corte portuguesa provocou grandes mudanças no espaço geográfico. Além do adensamento populacional, a abertura dos portos intensificou o comércio atlântico e a circulação de mercadorias estrangeiras no porto do Rio.

A abertura dos portos favoreceu a entrada de mercadorias estrangeiras na cidade. Refrescos na Praça do Palácio – Jean-Baptiste Debret, 1826.

Capital do Império português voltada para a Europa e para as relações comerciais internacionais, a nova cidade não dependia mais da baía que começava a ser ocupada por quem estava excluído dos espaços de poder, os proprietários rurais e os excluídos da região central.

Divididos entre estas duas cidades, a nova e a velha, os africanos escravizados circulavam por todo o território urbano realizando serviços variados – do carregamento de dejetos à construção civil. Eles tiveram papel fundamental na construção do espaço urbano, imprimindo suas identidades e influenciando as condições de comer, vestir e morar.

 A market stall (Uma barraca de mercado) – desenho de Henry Chamberlain e gravura de John Clark

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