Os trilhos da Leopoldina

Em fins do século XIX, a malha urbana do Rio se estendia pela planície ao redor do Maciço da Tijuca. Áreas rurais e pequenos povoados foram incorporados àquilo que se entendia por cidade do Rio de Janeiro, que deixava de ser apenas a área entre Botafogo e São Cristóvão.

Benefícios como uma fonte de água corrente, o ar fresco, a proximidade do mar e de florestas se tornaram atrativos para quem desejava viver em casas, sítios, chácaras e projetos de vilas residenciais e cidades-jardins. Surgiram assim, os bairros do subúrbio carioca, habitados por uma classe média que se deslocava em bondes de suas casas até a estação de trem mais próxima e de lá, partiam para o trabalho no centro da cidade. 

O bairro de Olaria em 1963. Fundado nos anos 1880, Olaria foi um dos bairros ocupados a partir da linha férrea. Fundo Correio da Manhã, Arquivo Nacional

As estradas de ferro Central do Brasil, Rio do Ouro e Leopoldina foram fundamentais para moldar o Rio de Janeiro. A companhia Leopoldina Railway, com as estações de Bonsucesso, Olaria e Penha, ajudou a atrair moradores para esses locais, agora mais próximos do centro do Rio, graças, justamente, à implantação desses meios de transporte. 

Cartaz da Leopoldina Railway na Revista Fon-Fon, 11 de outubro de 1913, n. 41 p. 15

Assim, nas primeiras décadas do século XX, ocorreu uma intensa industrialização e urbanização das áreas próximas às estações da Estrada de Ferro da Leopoldina. Por meio desse processo de instalação de fábricas, abertura de vias e construção de edificações, a região adquiriu  uma feição de subúrbio, no sentido estrito do termo: a área ao redor da urbs carioca, um espaço com as funções de servir à cidade com produtos, serviços, acessos e mão-de-obra.  

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