Noites sem fim

Talvez a imagem mais emblemática do ritmo notívago do Rio sejam as ruas da Lapa, com seu fluxo pulsante de gente pelas calçadas, azáfama de vozes e passos, mistura de músicas que saem dos bares, ruídos do trânsito ao fundo, estridências mil. O barulho que faz a noite carioca, porém, é muito maior — e ainda mais diverso.

A noite do Rio lateja em convites sonoros de todo tipo. Da retomada de espaços tradicionais, como o Beco das Garrafas, em Copacabana, com seu clima intimista regado à música brasileira, aos novidadeiros redutos da juventude, como os bares do chamado Botasoho. Do sotaque nordestino da Feira de São Cristóvão à galhardia de salões do passado que ainda resistem, como a Gafieira Elite. E abraça inclusive oportunidades de aproveitar o silêncio, como é a diversão dos pescadores que se mantêm absortos na espreita noturna da vida marinha, debruçados sobre a mureta da Urca ou na Pedra do Leme.

Foto: Américo Vermelho – Pavilhão de São Cristóvão

Festivais ao ar livre tomam praças, casarões e espaços privados com seu zum-zum-zum, orbitando em searas de gastronomia e moda. Lugares alternativos emanam as novidades do universo da música, como o Estúdio Audio Rebel ou a Casa Camolese.  Longe da faixa litorânea, a cartografia sonora guarda joias surpreendentes, como os palcos dedicados ao rock no Meier ou os shows nas arenas cariocas espalhadas pelas zonas norte e oeste. Em muitos bairros, a noite ganha prumo no ‘conversê’ ao redor de quiosques, barraquinhas e biroscas. Em algumas boates, o martelar da música eletrônica agitando corpos numa espécie de transe faz lembrar que nem só de samba vivem os cariocas. E, não raro, o barulho das ondas atravessa a noite: mergulhos na praia, afinal, também são parte da cultura notívaga de quem vive no Rio.     

Patrocínios

Parceiros

Realização

Pular para o conteúdo