Greve Geral de 1917

A Greve Geral de 1917, que mobilizou de 50 a 70 mil trabalhadores no Rio de Janeiro, foi a prova de fogo do movimento operário brasileiro, no início do século XX. Na época, as associações operárias contavam com uma maior organização e um aumento significativo de seus quadros em relação aos movimentos grevistas da década anterior. Um fator determinante para isso foi a influência das ideias anarquistas que chegaram ao Brasil com as levas de imigrantes europeus, desde o final do século XIX.

A luta contra a recessão econômica amplificada pelos impactos da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e a união em torno de reinvindicações, como a redução nas horas de trabalho, também fortaleceram o movimento. A estratégia usada pelos sindicatos para conquistar o apoio da opinião pública foi agitar suas bandeiras contra a carestia em que vivia a grande maioria da população.

Um comício popular contra o alto custo de vida, realizado na Federação Operária do Rio de Janeiro. Jornal O Imparcial: Diário Illustrado
do Rio de Janeiro – 1917- Hemeroteca da Biblioteca Nacional

Nesse sentido, foi criada uma pauta unificada em torno de propostas, como o fim da mão-de-obra infantil, proteção ao trabalho feminino, melhores condições de higiene nas fábricas, responsabilização do patronato nos casos de acidentes de trabalho, redução no valor dos aluguéis e congelamento do preço dos gêneros de primeira necessidade.

Mulheres trabalhadoras também aderiram à greve. Autor da foto não identificado. Revista Careta –  1917 – Hemeroteca da Biblioteca Nacional

A mobilização nas ruas foi intensa durante todo o ano. No mês de julho, em uma das fases mais críticas da crise econômica, multidões invadiram moinhos, padarias e armazéns. Comícios e passeatas foram promovidos nos principais pontos de aglomeração da cidade. Ao longo desse processo, várias categorias criaram seus sindicatos, como os trabalhadores da construção civil, marceneiros e metalúrgicos.

Na caricatura, é a greve geral, e não o balaio da politicagem, quem guiará os caminhos da vida social. Desenho de Loureiro. Revista O Malho – 1917 – Hemeroteca da Biblioteca Nacional

Muitas dessas organizações sindicais apresentavam reivindicações até então heterogêneas, que variavam desde propostas reformistas até ações revolucionárias. A Federação Operária do Rio de Janeiro (Forj) desempenhou um papel fundamental na expansão e fortalecimento das atividades, aglutinando os grevistas em torno de propostas comuns.

Este texto foi elaborado pelo pesquisador Bruno Viveiros Martins do Projeto República (UFMG).

 

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