Fundão – aterro e universidade

Mapa da Ilha do Fundão (Detalhe). FUNDREM, 1978. Imagem cedida pelo Laboratório de Cartografia Histórica do IGeo- UFRJ

A construção da Cidade Universitária da então Universidade do Brasil teve início na virada da década de 1940 para 1950. Ela ocorreu a partir do aterro das várias ilhas da micro-baía de Inhaúma e sua união à Ilha do Fundão.

As ilhas da micro-baía de Inhaúma que foram unidas para formar a Cidade Universitária. Retirada do site Agenda Bafafá.

Por um lado, a construção da universidade às margens da Baía de Guanabara alterou o fluxo das correntes marítimas e ocasionou a maior sedimentação das margens, ocasionando sérios impactos ao ecossistema e ao modo de vida dos pescadores que viviam no entorno. Por outro lado, as obras do aterro e da construção dos centros, institutos e faculdades foram mais um elemento de atração da mão de obra para a construção civil, o que contribuiu para o crescimento populacional da região, com muitos trabalhadores se instalando nos territórios da Maré.

Construção da Cidade Universitária: impactos ao ecossistema e atração de mão de obra. Imagem retirada do site Agenda Bafafá

A Universidade do Brasil se tornou Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e é uma das principais universidades do país. Localizada ao lado do complexo da Maré, a UFRJ ainda é simbolicamente inacessível a muitos de seus moradores — ao menos como estudantes, já que muitos mareenses ainda prestam serviços de manutenção da Cidade Universitária.

Atualmente, o acesso às universidades públicas está mais democratizado e muitos moradores das favelas da Maré – e outros territórios marginalizados da cidade – estão ocupando vagas nos cursos de graduação e pós graduação. Isso graças à mobilização coletiva, à criação de cursos pré-universitários comunitários dentro do território e a algumas leis de acesso à educação criadas a partir dos anos 2010.

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