Estátua de Clarice Lispector
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Clarice Lispector, nascida em 1920 na Ucrânia e radicada no Brasil desde a infância, é uma das escritoras mais celebradas da literatura brasileira. Seus pais, judeus, deixaram a Ucrânia pouco depois da Revolução Bolchevique de 1917 e Clarice chegou ao Brasil com pouco mais de um ano de idade. Batizada Haia Lispector, ela e a família adotaram nomes brasileiros. Viveu em Maceió e Recife, até se mudar para o Rio de Janeiro, em 1935. Um fato curioso é que, ao contrário do que muitos pensam, seu sotaque era, na verdade, língua presa.

Site Clarice Lispector
Clarice formou-se em Direito e trabalhou como jornalista, chegando a ser redatora do jornal A Noite, em 1942. Mas foi a carreira de escritora que a consagrou: começou aos 13 anos e, aos 23, ganhou o prêmio Graça Aranha de melhor romance do ano com Perto do coração selvagem.

Clarice Lispector, 1972. Arquivo Nacional. Fundo Correio da Manhã.
Seus textos são marcados por uma linguagem poética e versam sobre sentimentos e questionamentos existenciais, expressos frequentemente através de personagens femininas. Romancista e contista, entre suas obras mais conhecidas estão Laços de Família (1960) — livro de contos pelo qual recebeu o prêmio Jabuti — e A Hora da Estrela (1977), mas também escreveu crônicas e textos infanto-juvenis. A relação da escritora com as artes ia além da literatura: Clarice costumava pintar quadros, que também evidenciavam sua visão de mundo.

Site Clarice Lispector
A autora faleceu em 1977, em decorrência de um câncer de ovário, deixando uma vasta obra e um legado sem igual. Em 2016, foi inaugurada uma estátua em sua homenagem, no Leme, bairro em que Clarice viveu seus últimos anos.
A escultura foi idealizada por Teresa Monteiro, biógrafa de Lispector, e projetada pelo artista plástico Edgar Duvivier — autor de diversas obras espalhadas pela cidade, como o busto de Lima Barreto, na rua do Lavradio, e a estátua da Princesa Isabel, em Copacabana. O projeto foi financiado com a ajuda de colaboradores e com a venda de maquetes da obra. Esta é a primeira e estátua de uma mulher em tamanho real na cidade do Rio de Janeiro.

Foto: Reprodução
Feita de bronze, a estátua foi inspirada em imagens e descrições para capturar a essência reflexiva de Clarice, segurando um livro e com um olhar contemplativo. O cão, Ulisses, reforça a ideia de companhia e intimidade que a autora costumava cultivar em sua vida pessoal e em sua obra, onde muitas vezes abordava sobre solidão.

Foto: Reprodução
Além de ser um local turístico, a estátua representa um ponto de encontro para os admiradores de Clarice e da literatura em geral, sendo um espaço de homenagem e de leitura. A homenagem à Clarice Lispector nesse canto do Rio de Janeiro é uma lembrança de seu legado literário e de seu olhar único sobre o mundo, que continua a inspirar leitores de todas as gerações.
