Calçadão de Copacabana

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Foto: Sebastião Marinho / Agência O Globo

O Calçadão de Copacabana, patrimônio cultural do Rio é um dos cartões-postais mais conhecidos do mundo. Mas, um dos símbolos mais icônicos da cidade não é uma invenção carioca. Construído com pedras portuguesas (calcário branco e basalto negro), no contexto das grandes transformações promovidas pelo prefeito Pereira Passos no início do século XX, o desenho ondulado da Avenida Atlântica é uma reprodução do padrão da Praça do Rossio, em Lisboa. 

Para assegurar a fidelidade ao original, o passeio de Copacabana foi assentado por calceteiros vindos diretamente da capital lusitana. As obras, iniciadas em 1906, duraram cerca de dois anos. O Calçadão tinha um grafismo completamente diferente: originalmente, seguia perpendicular à praia.

Augusto Malta. Ressaca na praia do Leme, Rio de Janeiro, 1921. Coleção Pedro Corrêa do Lago, Instituto Moreira Salles

Entre as décadas de 1920 e 1950, Copacabana foi se tornando o símbolo de um Rio de Janeiro moderno e glamuroso. Quando Walt Disney, atuando como embaixador cultural dos Estados Unidos no Brasil, na chamada “política da boa vizinhança”, criou o personagem Zé Carioca para guiar o Pato Donald pelo país tropical, o traçado ondulado no chão por onde os personagens caminhavam não deixava dúvidas sobre onde estavam — ao mesmo tempo em que confirmava o protagonismo de Copacabana como símbolo nacional.

História No Paint on X: "O Big Stick foi uma política dos EUA que fez filmes nos estúdios de Hollywood, promovendo a política de boa vizinhança. Em 1942 é lançado o filme Aô, amigos, que introduz Zé Carioca, como amigo do pato Donald, carregado de esteriótipos como a cordialidade, simpatia, malandragem https://t.co/qFwXg4uPq7" / X

 Reprodução/Disney

A alteração no traçado veio quando o passeio foi desmontado durante as obras de melhorias sanitárias e o alargamento da Avenida Atlântica, entre 1969 e 1971. O responsável por refazer a calçada foi o renomado paisagista Roberto Burle Marx que, com seu olhar de gênio, reorientou o padrão na direção que hoje conhecemos — como se o chão fosse uma continuidade do mar.

Foto de Bernard Hermann, 1974. Presente no livro “RIO” – Les du Pacifique / Distribuidora Record

Hoje, as ondas largas, em preto e branco, repetidas em padrão com tons intercalados estampa bolsas, camisas, aparece em filmes, músicas, obras de arte e peças publicitárias que celebram o estilo de vida carioca.

Donatas Dabravolskas. Calçadão de Copacabana, sem data. Reprodução Wikimedia Commons

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